Temporal no Rio arrastou moradores e inundou imóveis e carros na Rocinha
Luis Kawaguti
DO UOL, no Rio
07/02/2019 10h02
A grande quantidade de chuva que atingiu a favela da Rocinha, na zona sul do Rio, na noite de quarta-feira (6) e madrugada de quinta-feira (7), gerou enxurradas em diversas vias da favela. Moradores relataram que a força da água foi capaz de arrastar pessoas, veículos e eletrodomésticos. Em alguns pontos, a água inundou casas e estabelecimentos comerciais.
Ao menos uma pessoa morreu quando um deslizamento de terra atingiu a laje de uma habitação na favela. Na cidade, mais quatro mortes foram confirmadas pela prefeitura: duas em Barra da Guaratiba e mais duas no Vidigal.
"Era muita água. Tem um valão para escoar a água perto da entrada da comunidade. Só que o lixo entupiu tudo e a água começou a subir. Eu estava em um bar jantando e a água subiu tão rápido que não deu tempo de sair. Ficamos em cima das mesas. Se a água tivesse subido mais meio metro tinha chegado no teto e a gente tinha morrido", disse um mototaxista que pediu para ser identificado apenas como Léo. Ele filmou com o telefone celular a água subindo.
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Uma imagem divulgada nas redes sociais também mostra moradoras se desesperando ao ver um homem sendo arrastado pela enxurrada.
Alarmes avisaram sobre o risco de deslizamento por volta de 21h30 e alguns dos moradores deixaram suas casas às pressas - mas acabaram surpreendidos pela enxurrada.
A água estava tão forte que arrastou um carro da polícia. Eu também vi um monte de geladeiras e eletrodomésticos descendo na correnteza. Eu moro aqui há 15 anos e nunca tinha visto uma chuva assim, que desse tanto prejuízo
Emílio, morador da Rocinha
A enxurrada levou uma grande quantidade de água, lama e sedimentos para a entrada da favela no bairro de São Conrado. O local ficou coberto de lama, especialmente em um posto de gasolina onde funcionários trabalharam a madrugada inteira para limpar o local.
"Era muita água descendo da Rocinha e da parte alta de São Conrado. Eu vi diversos carros boiando. Todo mundo ficou desesperado", disse o motorista Leonel Araújo, de 41 anos.
Quando o nível da água baixou, as ruas da favela se revelaram repletas de lixo, detritos e eletrodomésticos perdidos pelos moradores. O trabalho de limpeza começou pela manhã.