Se não fossem os vizinhos, essa água ia me levar, diz moradora da Rocinha
Marcela Lemos
Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro
07/02/2019 11h57
Moradora há 25 anos da região conhecida como Dionéia, na Rocinha, a costureira Maria Pureza, 62, viu o muro ao lado da sua casa desabar com o volume de água que desceu do alto do morro em virtude do temporal que atingiu o Rio de Janeiro na noite desta quarta-feira (6) e na madrugada de quinta-feira (7).
Ela disse que deixou às pressas o seu imóvel com receio que ele também desmoronasse. "Saí de casa com ajuda de vizinhos e com água na cintura. Sozinha não ia conseguir. Essa água toda ia me levar. Passei a noite no vizinho com medo", disse.
A costureira contou também que a água invadiu a casa e danificou móveis e eletrodomésticos. Maria Pureza avalia ir para casa de parentes até que a Defesa Civil avalie o imóvel.
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"Devo ir para o outro lado da Rocinha para casa de parentes. Aqui não tenho como ficar", lamentou a moradora.
Na região onde a costureira mora foi possível observar os estragos da chuva. Carros arrastados pela água, motos jogadas no barranco, além de bueiros vazando esgoto.
Seis pessoas morreram na cidade vítimas do temporal que fez a cidade amanhecer nesta quinta em estágio de crise, o mais grave em uma escala de três em situações do gênero. Houve deslizamento de terra na comunidade do Vidigal, ruas e um hotel de luxo ficaram alagados, parte de uma ciclovia colapsou e árvores caíram. O prefeito Marcelo Crivella (PRB) decretou luto oficial de três dias.