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Acidente com catamarã deixa 2 turistas mortas em Maragogi (AL)

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió (AL)

27/07/2019 13h26Atualizada em 28/07/2019 08h28

Um acidente com um catamarã (um tipo de barco) deixou duas turistas mortas e outras duas feridas na manhã de hoje em Maragogi, litoral norte de Alagoas. Ao todo, segundo o Corpo de Bombeiros, 60 pessoas estavam na embarcação (50 adultos, quatro crianças e seis tripulantes) que virou e naufragou.

As duas vítimas eram cearenses: Lucimar Gomes da Silva, 68, e Maria de Fátima Façanha, 65. Os corpos foram levados para Maceió. Os bombeiros acreditam que elas não estavam usando colete salva-vidas. Um vídeo ao qual o UOL teve acesso mostra que realmente as pessoas dentro do barco estavam sem a proteção.

A corporação ouviu relatos ainda extraoficiais de que o barco teria colidido com arrecifes. Pessoas que estavam dentro do catamarã, porém, questionam essa versão e dizem que a embarcação simplesmente afundou. As causas reais do acidente ainda serão investigadas.

Os bombeiros foram acionados às 11h10. De acordo com a corporação, o receptivo partiu de Maragogi, mas ainda não é possível precisar em qual distância da costa ocorreu o acidente.

As duas feridas estão internadas. Não há relatos de desaparecidos.

Ao UOL, a Capitania dos Portos em Alagoas informou que uma equipe foi acionada e se direcionou a Maragogi.

Imprudência ao entrar em área não navegável

Segundo o comandante do Grupamento de Salvamento e Resgate do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Carlos Burity, o barco teria colidido contra arrecifes da região e não poderia navegar naquela área. Só a investigação, porém, poderá concluir a real causa do acidente.

"Pelo que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou, ali não era uma área navegável, houve uma imprudência", afirmou, citando que as duas vítimas provavelmente não estavam usando coletes salva-vidas. "Se estivessem estariam vivas."

Acidente com catamarã em Maragogi, litoral de Alagoas - 27.jul.2019 - Divulgação/Corpo de Bombeiros - 27.jul.2019 - Divulgação/Corpo de Bombeiros
Imagem: 27.jul.2019 - Divulgação/Corpo de Bombeiros

Ainda de acordo com o militar, o mar nesse inverno está mais agitado que em anos anteriores. "Desde 2007 não vejo um mar agitado como esse, a Marinha anda emitindo muitos alertas de ressaca", lembrou.

Segundo ele, várias embarcações próximas ajudaram no resgate. "Quando chegamos, ainda retiramos pessoas da água, mas as pessoas foram muito prestativas, ajudaram muito no resgate", disse.

"Havia muitos barcos próximos, inclusive dos Bombeiros, e isso ajudou muito o salvamento", corroborou o comandante do Corpo de Bombeiros André Madeiro.

Na última quinta-feira (25), a Capitania dos Portos de Alagoas emitiu um alerta de ressaca do mar até as 9h deste sábado (27), com ondas de até 3 metros de altura, e recomendou que as embarcações de pequeno e médio porte evitassem navegar no mar nestes dias, e que as demais embarcações redobrassem a atenção "quanto ao material de salvatagem, estado geral dos motores e casco, bomba de esgoto do porão, equipamentos de rádio e demais itens de segurança".

Barco era de receptivo, mas foi vendido

A reportagem entrou em contato com a empresa "Tô à Tôa Receptivo", que realiza passeios para turistas e seria responsável pelo barco. Inicialmente, a pessoa que atendeu a ligação e não se identificou informou que a embarcação fazia rotineiramente o passeio para as piscinas naturais no município.

Segundo o site da empresa, três catamarãs que fazem o passeio às piscinas naturais no mar de Maragogi.

No entanto, o UOL apurou que a empresa de receptivo fechou, e os barcos com os seus nomes foram vendidos a terceiros. Até o momento, não foi informado o nome do proprietário da embarcação. A Capitania dos Portos abriu inquérito para apurar causas e responsabilidades do acidente.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informou a matéria, os bombeiros não informaram se os arrecifes onde supostamente o barco teria batido seriam de corais. A informação foi retirada.
Diferentemente do que informou o segundo parágrafo desta matéria, uma das vítimas tinha 68 anos, e não 67. A informação foi corrigida.