Padrasto é suspeito de matar menino de 2 anos; mãe é autuada por abandono
A Polícia Civil de Goiás decidiu autuar em flagrante, por abandono de incapaz, a mãe de um menino de 2 anos morto na madrugada de domingo. O padrasto, de 17 anos, é o principal suspeito de ser o autor do crime e foi autuado pelo ato infracional equivalente ao crime de homicídio qualificado e estupro de vulnerável.
A vítima foi socorrida na madrugada de domingo, depois que o padrasto chamou os bombeiros, mas acabou não resistindo aos ferimentos. O laudo apontou asfixia como causa da morte e também encontrou sinais de abusos sexuais recentes e antigos no ânus do menino.
Em depoimento, a mãe Ingrid, de 21 anos, informou ao delegado Hellyton Carvalho, responsável pela investigação, que já havia conversado com o padrasto e achava que ele não iria mais agredir o filho. "Ela disse que sabia que ele havia agredido a criança, mas que conversou com ele e achou que não aconteceria mais", afirmou o delegado ao UOL.
Segundo Carvalho, familiares relataram que a mulher costumava sair na sexta-feira e passar o fim de semana fora de casa, deixando os filhos, um de 4 e o menor de 2 anos, aos cuidados do padrasto. "Sabendo que ele havia agredido a criança, ela não deveria ter deixado os filhos aos cuidados dele", disse.
Ingrid declarou à polícia estar arrependida. "Eu não imaginava que isso aconteceria, achei que ele não iria mais agredir meu filho", disse, em depoimento à Polícia Civil.
Carvalho não descarta que a mulher seja indiciada por homicídio e estupro. "Pode haver o entendimento de que a omissão dela ajudou nos crimes. Se esse for o caso, ela responde também pelos crimes", explicou o delegado.
A reportagem não localizou a defesa da acusada. A mulher passou hoje por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada, mas poderá acompanhar o velório e o enterro do filho, com escolta policial.
O caso
À Polícia Civil, a mãe declarou que saiu de casa na sexta-feira e iria dormir na casa de uma amiga, para comparecer a uma entrevista de emprego no sábado. Como essa entrevista foi cancelada, acabou permanecendo no local e regressaria para casa somente no domingo.
"Ela não soube dizer em qual loja era [a entrevista], só disse que era no shopping. E ai decidiu ficar lá até domingo", conta o delegado.
Em depoimento à polícia, o adolescente suspeito permaneceu em silêncio. Aos policiais militares que atenderam o caso, declarou que levou a criança ao shopping e que o menino se perdeu. "Ele disse que uma mulher entregou a criança a ele horas depois, ainda de tarde, dizendo que ele tinha batido a cabeça. Segundo ele, o menino começou a passar mal de madrugada", informou o responsável pela investigação.
Procurada, a advogada Danielly Cristina Barbosa, que representa o menor suspeito, informou que não iria fornecer nenhum pronunciamento sobre o caso.
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