Após surto, governo de SP confirma casos de norovírus na Baixada Santista

Após um surto de virose no litoral de São Paulo na virada do ano, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) de São Paulo confirmou nesta quarta-feira (8) a presença de norovírus em amostras de fezes humanas coletadas na Baixada Santista.

A origem da contaminação ainda é desconhecida.

O que aconteceu

Amostras humanas do Guarujá e Praia Grande foram analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência do estado. As noroviroses representam um grupo de doenças de origem viral, conhecidas como gastroenterites. Normalmente, são transmitidas por via fecal-oral.

A secretaria informou que a norovirose é uma doença considerada clinicamente autolimitada com duração de, em média, três dias. Os principais sintomas são náusea, vômito, diarreia, dor abdominal e podem ocorrer também dores musculares, cansaço, dor de cabeça e febre baixa.

Ainda não há informações sobre a fonte de contaminação. "Estas informações são importantes para orientar o tratamento aos pacientes. No entanto, estamos investigando, em conjunto com a Cetesb, Sabesp e os municípios da Baixada Santista, a fonte que causou esta infecção", explicou Regiane de Paula, coordenadora em saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças da pasta.

O principal tratamento para a doença é a hidratação, esclareceu a secretaria. Para casos mais graves, é preciso realizar a hidratação endovenosa. A hospitalização, em geral, é muito rara. Crianças e idosos precisam de atenção especial.

Evacuações muito frequentes e líquidas, dificuldade na hidratação com vômitos, pele e boca secas, dificuldade em urinar são indicações de que se deve procurar o serviço de saúde. A Secretaria da Saúde ressalta ainda que nenhum medicamento deve ser tomado sem conhecimento e indicação médica.
Comunicado da SES

Veja como se prevenir da doença

  • Lave bem as mãos antes de preparar alimentos e ao se alimentar;
  • Evite alimentos mal-cozidos;
  • Mantenha os alimentos bem refrigerados, com atenção especial às temperaturas dos refrigeradores e geladeiras dos supermercados onde os alimentos ficam acondicionados;
  • Evite tomar banho de mar nas 24 horas seguintes à ocorrência de chuvas;
  • Leve seus próprios lanches durante passeios ao ar livre, corretamente armazenados;
  • Observe bem a higiene os estabelecimentos comerciais;
  • Não consuma gelo, "raspadinhas", "sacolés", sucos e água mineral de procedência desconhecida.
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Explosão de casos no litoral

A virada do ano no Guarujá foi marcada por um surto de virose. Muitos turistas e moradores buscaram atendimento médico, sobrecarregando o sistema de saúde. Entre os relatos estavam sintomas como náuseas, vômitos, diarreia e dores intensas na barriga.

Municípios vizinhos, como Praia Grande, também observaram aumento de ocorrências. A Prefeitura do Guarujá afirmou ter acionado a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para investigar possíveis vazamentos e ligações clandestinas de esgoto na região da Enseada, que poderiam estar relacionados ao aumento de casos de virose na cidade.

A Sabesp informou em nota que o surto não tem relação com a operação da empresa. "Não foi identificado qualquer problema em sua rede que possa ter atingido as praias do Guarujá ou qualquer outra do litoral paulista. Os sistemas de água e esgoto da Baixada Santista estão operando normalmente e são monitorados 24 horas por dia", disse a empresa ao UOL.

A companhia garantiu ainda não foi notificada pela prefeitura, mas que já prestou todos esclarecimentos. Segundo a Sabesp, o Guarujá possui cerca de 45 mil imóveis irregulares, cujo despejo de esgoto pode estar sendo realizado em galerias de águas pluviais, o que afetaria a balneabilidade das praias. "Isso porque as redes municipais de águas das chuvas, que devem ser fiscalizadas pela prefeitura, desembocam no mar", afirmou a companhia.

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