Operação desarticula organização que lucrou R$ 330 mi com grilagem em RO
Do UOL, em São Paulo
23/07/2020 19h23
A Operação Amicus Ragem cumpriu mandados de busca e apreensão em Porto Velho, Brasília, São Paulo, Cuiabá e Itaituba (PA) em busca de provas contra empresários, advogados e servidores públicos suspeitos de integrarem uma organização criminosa que lucrou mais de R$ 330 milhões com grilagem de terras em Rondônia entre 2011 e 2015.
Segundo procuradores da República integrantes da Força-Tarefa Amazônia, do MPF (Ministério Público Federal), o esquema consistia em invasão e legalização de terras públicas.
A organização ainda fazia uso de ações judiciais fraudulentas de desapropriação de terras e recebia indenizações com valores superestimados em processos que sempre tramitavam na 5ª Vara Federal de Porto Velho e eram julgadas pelo falecido juiz federal Herculano Martins Nacif.
Ainda de acordo com o MPF, a organização seria liderada por Antônio Martins, auxiliado pelo irmão dele, o advogado Sebastião Martins, pelo sócio Dorival Baggio e por seu filho José Carlos Gouveia Alves. Além deles, havia a participação do então juiz federal Herculano Martins Nacif, do servidor da Justiça Federal Everton Gomes Teixeira e do perito judicial nomeado Paulo César de Oliveira, acusados de favorecimento nos processos.
Além das buscas realizadas em 16 endereços nas seis cidades citadas, a Justiça Federal também acolheu parecer dos procuradores do MPF e ordenou o sequestro de bens e bloqueio de valores de contas bancárias dos acusados e do espólio do juiz.
Foram apreendidos quase 60 veículos, entre carros, motocicletas e caminhões e o montante do lucro superior a R$ 330 milhões obtidos com a atividade criminosa.