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Djamila Ribeiro fala sobre ameaças à filha de 15 anos: 'Gota d'água'

"É a primeira vez que vou à delegacia para tomar uma atitude em relação a isso", diz a escritora Imagem: Reprodução/GloboNews

Do UOL, em São Paulo

28/07/2020 18h51Atualizada em 28/07/2020 19h37

A escritora e filósofa Djamila Ribeiro falou hoje sobre as ameaças que ela e sua filha de 15 anos receberam após um vídeo que distorcia uma publicação sua viralizar. Em entrevista ao "Jornal das 16h", da GloboNews, Djamila disse estar acostumada com os ataques, mas a situação "passou dos limites" quando começou a atingir sua filha. (Veja na publicação abaixo)

"Comecei a receber uma série de mensagens nas minhas redes sociais. Como eu sou ativista, eu recebo muita coisa, já estou acostumada. Mas aí passaram de todos os limites. No domingo, mandaram [ameaças] para o meu celular e para o celular da minha filha, aí eu achei a gota d'água. É a primeira vez que vou à delegacia para tomar uma atitude em relação a isso", disse a escritora.

Ontem, ela registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo. No Instagram, ela compartilhou um print das ameaças recebidas por sua filha e uma foto do B.O.

Segundo Djamila, tudo começou quando ela fez um post publicitário no Instagram para a 99 (aplicativo de transporte individual) falando sobre a desinfecção de táxis durante a pandemia. Depois disso, uma pessoa — que a filósofa diz não conhecer — fez um vídeo dizendo que Djamila era contra a greve dos motoboys e a classe trabalhadora, além de "inimiga das empregadas domésticas".

"De repente, quando eu vi, tinha milhares de pessoas compartilhando esse vídeo. As pessoas começaram a ir na minha página do Instagram me xingar, e isso foi se tornando uma bola de neve", contou. "Quem quiser criticar [a postagem] tem todo direito. Mas não pode dizer que eu sou contra os motoboys e inimiga das empregadas domésticas sendo eu filha, neta e bisneta de empregada doméstica."

Questionada por que não costuma denunciar os ataques que recebe, a escritora disse não querer dar visibilidade aos responsáveis pelos discursos de ódio, uma vez que "é isso que eles querem". "Prefiro me posicionar, desmentir, do que ficar gastando energia com pessoas que, muitas vezes, só querem surfar na nossa onda", argumentou.

Críticas ao Twitter

Djamila também fez críticas ao Twitter, que, segundo ela, precisa se posicionar e melhorar suas políticas nesta questão. A escritora, que se disse vítima das fake news "há muito tempo", acredita que as redes sociais precisam ser responsabilizadas porque acabam ganhando dinheiro com a viralização de mentiras.

"Quanto mais polêmica, mais anúncios, mais eles ganham dinheiro. A plataforma precisa se responsabilizar por explorar economicamente o racismo e a misoginia. Não é meu interesse ir para cima de indivíduos. O Twitter permite que essas pessoas construam essas narrativas, não há nenhum tipo de moderação e eles [seguem] lucrando em cima dessas histórias que ficam nos 'trending topics' [assuntos mais comentados do momento]."

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