Marta Suplicy critica portaria do aborto e chama Damares de 'ridícula'
Colaboração para o UOL, em São Paulo
29/08/2020 13h17Atualizada em 29/08/2020 17h23
Marta Suplicy criticou a portaria do aborto assinada ontem pelo ministro interino Eduardo Pazuello que obriga médicos e profissionais da saúde a notificarem a polícia ao acolherem vítimas de estupro. Em live, a ex-senadora afirmou que a medida reflete uma perda de direitos básicos e que é uma consequência de um desmonte do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
"Vai transformar a sala, o consultório no hospital em uma delegacia da polícia. Isto é inaceitável. Batalhamos muito para ter uma lei para proteger a vítima", afirmou Marta Suplicy.
A conversa foi realizada com os advogados Antônio Carlos de Almeida Castro, Luciana Boiteux, Marco Aurélio de Carvalho, Fabiano Silva dos Santos e o médico Olímpio Barbosa de Moraes Filho, que realizou um procedimento de aborto em Pernambuco após uma criança criança de 10 anos ter sido estuprada.
Críticas ao governo
Durante o bate-papo, a ex-senadora ainda afirmou que o governo está realizando um "desmonte sutil" de direitos básicos e estendeu as críticas às demais pastas ministeriais.
"Os direitos não estão apenas sendo questionados porque o desmonte é sutil. Eles começam a tornar o Ibama sem importância, começam a fechar o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), começam a tirar o dinheiro para o desmatamento e fica lá o Ministério do Meio Ambiente com uma pessoa completamente sem noção do que seja o meio ambiente", defendeu.
"Ministra ridícula"
A ex-senadora ainda criticou a postura da ministra Damares Alves, atual ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, afirmando que "aquela ridícula da ministra fica falando só bobagem".
"É uma pessoa num cargo muito importante que deveria estar protegendo as mulheres e faz tudo ao contrário", disse.