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Ex-secretário e motorista são indiciados por morte de pré-candidato em MG

Daniela Mallmann

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

06/10/2020 18h09

Depois de 10 dias de investigação, a Polícia Civil de Minas Gerais concluiu hoje o inquérito do assassinato de Cássio Remis (PSDB), candidato a vereador de Patrocínio (MG). Segundo a delegada titular da Delegacia de Homicídios, Ana Beatriz de Oliveira Brugnara, o principal suspeito dos disparos, o ex-secretário de obras da cidade, Jorge Marra, foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, roubo majorado por concurso de pessoas e ainda porte ilegal de arma de fogo. Caso seja condenado, ele pode pegar até 44 anos de prisão.

Além de Jorge Marra, o motorista do ex-secretário também foi indiciado por participação no crime de roubo do celular da vítima e pelo favorecimento pessoal, auxiliando na fuga de Marra do local do crime.

"Foi um trabalho bem extenso, nós realizamos mais de 25 oitivas. Foi juntado aos autos 15 laudos periciais, então foi um trabalho com uma análise com base tanto nas provas de testemunhas que estavam no local e presenciaram e que sabiam de fatos envolvendo o crime como também em uma prova técnica", afirmou Brugnara, em coletiva.

Prefeito de Patrocínio e irmão do ex-secretário, Deiró Marra não foi ouvido pela polícia.

"Tendo em vista a linha de investigação, não foi apurado seu envolvimento no crime e, como o prazo era muito escasso, atrelamos a pessoas que poderiam trazer informações relevantes e pudessem nos auxiliar na solução do crime", justificou a delegada.

Ainda segundo a investigação, não houve crime político e o assassinato — que aconteceu após live denunciando obra feita pela Prefeitura — foi motivado por um desentendimento entre o autor e a vítima. No entanto, algumas testemunhas informaram que Cássio Remis estava recebendo ameaças de morte.

"Tivemos acesso a essa informação. Houve duas pessoas que relataram que tinham conhecimento de que ele sofria ameaças", confirmou Brugnara.

Cássio Remis (PSDB-MG), pré-candidato a vereador na cidade de Patrocínio (MG), morto a tiros Imagem: Divulgação

Jorge Marra está preso preventivamente no Presídio Sebastião Satiro, em Patos de Minas, onde cumpre quarentena em função da pandemia.

"Nós solicitamos que ele continue preso...depois o sistema penitenciário deve transferi-lo para outra penitenciária, a gente não sabe se ele vem para cá, para Patrocínio ou para outro presídio do estado...Mas nós continuamos com a ideia inicial para que ele ficasse preso preventivamente até ser julgado", complementou o delegado Regional da PCMG em Patrocínio, Valter André.

Candidatura

Em um vídeo publicado ontem nas redes sociais, a mãe de Cássio Remis, Francisca Carneiro dos Santos, conhecida como Chiquita, declarou que o filho suspeitava que algo pudesse acontecer com ele.

"Parece que Cássio estava pressentindo o que ia acontecer porque deixou o meu nome designado para substituí-lo", declarou Chiquita.

Chiquita se refere ao fato de ter assumido a candidatura para vereadora no lugar do filho, em Patrocínio. No site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já é possível ver o registro da candidatura. O pai de Cássio, Marcos Remis, é presidente do PSDB no município.

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