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GO: cabeleireira diz que mulher morta após tintura omitiu alergia a produto

Karine de Oliveira Souza, que teve morte encefálica por reação alérgica a tintura de cabelo - Reprodução/Redes sociais
Karine de Oliveira Souza, que teve morte encefálica por reação alérgica a tintura de cabelo Imagem: Reprodução/Redes sociais

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Florianópolis (SC)

15/02/2021 12h54

A auxiliar administrativa Karine de Oliveira Souza, de 34 anos, teria omitido sobre a possibilidade de sofrer reação alérgica a tinturas de cabelo, segundo depoimento da dona do salão de beleza que a atendeu à polícia, em Catalão (GO). A vítima morreu três dias depois, em 13 de fevereiro.

De acordo com a Polícia Civil, Karine frequentava o espaço para serviços de manicure, pedicure e depilação, mas teria sido a primeira vez que havia pedido a pintura do cabelo. Como a vítima supostamente sabia de sua condição alérgica e a omitiu à cabeleireira, a profissional disse ter usado o produto sem saber que poderia causar danos à saúde da auxiliar administrativa.

O caso é tratado como "fatalidade" pela investigação, sem indício de crime, em razão da possível negligência da vítima sobre a possibilidade de sofrer alergias. Ela teve, segundo a polícia, reações em atendimentos em outros salões de beleza.

"Foi a vítima que comprou e levou o produto. Ela não informou que sofria de alergia nem nada parecido. A dona do salão trouxe aqui a tinta usada e iremos periciá-la. Tudo indica que se trata de uma fatalidade em decorrência do comportamento da vítima mesmo", comentou a delegada Luiza Veneranda Pereira Batista, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Catalão.

A investigação solicitou exames cadavéricos de Karine ao Instituto Médico Legal (IML) e aguardará a perícia da tinta de cabelo para saber a substância que contém no frasco. A tintura não é fabricada no Brasil. Além disso, a Polícia Civil ouvirá uma amiga que Karine fez contato pouco antes de ser atendida no salão de beleza.

"A vítima solicitou que essa colega ficasse de prontidão para que, caso passasse mal, pudesse ajudar. Essa mulher já tinha sofrido outras reações alérgicas em momentos anteriores em outros salões. Isto é, a vítima já tinha ciência de que isso poderia acontecer", disse a delegada.

Uma amiga ouvida pelo UOL chegou a confirmar que não teria sido a primeira reação alérgica de Karine. Na outra ocasião, em dezembro, a mulher teria apresentado quadro de falta de ar.

Vítima teve parada cardiorrespiratória

A auxiliar administrativa começou a passar mal minutos depois de ser atendida no salão de beleza onde recebeu o atendimento.
Segundo os Bombeiros, Karine foi encontrada com parada cardiorrespiratória, inconsciente, com pupilas dilatadas e sem pulso. A vítima também estava com cianose (pele arroxeada como sintoma por falta de oxigenação).

A equipe a levou para atendimento complementar na Santa Casa da Misericórdia, em Catalão, que confirmou no sábado (13) a causa do óbito como morte encefálica. Os órgãos da vítima foram doados à Central Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos de Goiás (CNCDO-GO). Karine era solteira e sem filhos.