Mulher faz topless durante travessia de balsa no litoral de São Paulo
Uma mulher ainda não identificada, aparentando entre 40 e 45 anos, chamou a atenção de motoristas e passageiros que realizavam a travessia de balsas entre as cidades de Ilhabela e São Sebastião, na manhã do último domingo (14). Assim que a balsa zarpou, ela surgiu entre os carros caminhando e sambando como se estivesse em um desfile de carnaval, sem máscara e usando apenas um biquíni fio dental estampado e um tênis de cano alto na cor rosa clara.
Assim que a avistaram, motoristas e passageiros começaram a sair de dentro dos carros, munidos com seus celulares, registrando a cena fora do comum em fotos e vídeos que passaram a ser compartilhadas entre ontem (15) e hoje nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens.
Quando a mulher tirou a roupa e iniciou seu desfile pela balsa, teve início uma confusão de gritos, assovios, buzinaço e até xingamentos. Nem todos que estavam na travessia naquele momento entenderam ou apoiaram a atitude da desconhecida, que chegou a usar uma motocicleta como pedestal para posar melhor para os celulares.
O casal de veranistas paulistanos Jorge e Yara Cunha curtia a paisagem da travessia "de um jeito super zen", ouvindo música clássica no interior do veículo, com os vidros fechados e o ar ligado quando foram interrompidos pela gritaria e pelo buzinaço.
"Na hora não entendemos bem o que estava acontecendo, porque as pessoas correram para a proa da balsa", contou Jorge, 37 anos, que trabalha como administrador de empresas em uma multinacional do ramo de remédios. A família possui casa em Ilhabela e o casal quase todo final de semana desce a serra, enfrentando horas de estrada, para descansar "sem aborrecimentos".
"Mas dessa vez não foi o que aconteceu", complementou a esposa de Jorge, a fisioterapeuta Yara, 34 anos. "Acho que ela passou dos limites, era uma cena que não fazia o menor sentido. Se estivesse rolando um samba, um bloco de carnaval, tudo bem. Mas ali, em cima de uma balsa barulhenta, no meio do mar, com famílias, crianças, não tinha clima pra isso".
O casal conta que ficou surpreso ao ver que funcionários da embarcação, atraídos pela confusão, ficaram um tempo em pé, em frente à cena, assistindo tudo sem nada fazer. "Acho que, no fundo, até que gostaram da brincadeira", ironizou Jorge.
O Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo, responsável pela travessia, explicou por meio de sua assessoria de imprensa que os funcionários que operavam a embarcação aproximaram-se da mulher assim que começaram a ouvir os xingamentos para pedir que ela cobrisse novamente os seios, expostos durante a performance. Como ela prontamente os teria atendido, não foi registrada nenhuma ocorrência ou denúncia contra ela junto aos órgãos de segurança.
"Assim que abordada, a mulher se vestiu, entrou no carro e, no momento em que a balsa atracou novamente, deixou a embarcação e desapareceu em meio ao trânsito", conclui a assessoria de imprensa do órgão.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) também foi procurada para esclarecer se havia o registro de alguma ocorrência dessa natureza junto ao órgão, no último domingo, e quais as medidas cabíveis, mas até o fechamento desta matéria não havia respondido os questionamentos.
Nudez em público pode ser considerada ato obsceno
Segundo o artigo 233 do Código Penal, praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público pode gerar pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa, dependendo do entendimento do juiz. Segundo o advogado Adilson Gomes, para que se configure o delito em questão, o ato considerado obsceno deve ser praticado em lugar público, ou aberto ao público, ou exposto ao público.
Lugar público é aquele ao qual todos nós temos acesso, quase sempre, irrestritamente, como no caso de praças, ruas, avenidas, túneis, viadutos e parques. Aberto ao público é aquele lugar que, embora com algumas restrições, o acesso ao público é permitido, como acontece com cinemas, teatros, museus e igrejas.
Exposto ao público é aquele lugar em que, embora podendo ser considerado privado, é devassado a ponto de permitir que as pessoas presenciem o que nele passa, como acontece, por exemplo, com as varandas dos apartamentos, quadras de esportes existentes no interior dos prédios, onde todos os vizinhos têm acesso através de suas janelas. "Enfim, qualquer lugar, mesmo que privado, ao qual um número, ainda que limitado, de pessoas tenha acesso". E a travessia de balsa se encaixa nas alternativas", conclui.
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