Homem é preso por abusar de filha, apresentada como 'madrasta' do irmão
Júlia V. Kurtz
Colaboração para o UOL
14/04/2021 22h03Atualizada em 14/04/2021 22h05
Um homem de 31 anos foi preso acusado de ter sequestrado e estuprado a própria filha, de 15, além de ter feito com que ela fingisse ser sua mulher.
O caso começou na sexta-feira (9), no bairro Nova Gameleira, região oeste de Belo Horizonte, quando a polícia foi chamada para averiguar a denúncia de que a adolescente estaria batendo em um menino de 4 anos que, até então, era identificado como seu enteado.
Segundo informações do boletim de ocorrência, os vizinhos perceberam que a criança estava com lesões nos olhos, testa e bochechas. Ao ser questionado, o menino disse que havia caído, mas depois admitiu que fora agredido pela adolescente dois dias antes, motivando os moradores a chamarem a Polícia Militar.
Ao ser questionado pela situação, o pai da criança disse que estava trabalhando no momento do ocorrido e repetiu a versão da queda.
Pouco depois, os agentes fizeram uma busca por seus antecedentes e descobriram que havia um mandado de prisão em aberto contra ele por estupro, foi quando deram voz de prisão ao suspeito e acionaram a Polícia Civil e o Conselho Tutelar.
Com o avanço das investigações, chefiadas pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, as autoridades descobriram que os abusos denunciados foram cometidos contra a própria filha do acusado, a mesma adolescente que teria agredido o suposto enteado, que na verdade é seu irmão.
O pai teria sequestrado a jovem em 2019, quando ela tinha 13 anos. Desde então, ele a obrigava a fingir que era sua esposa. Além disso, ambos ainda possuem um filho juntos, de poucos meses de idade.
Na época, a mãe da adolescente denunciou o ocorrido à polícia, o que resultou na expedição do mandado de prisão, mas o homem não foi mais encontrado.
A adolescente e o menino agredido são irmãos por parte de pai, mas possuem mães diferentes.
Fora a prisão pelo crime de estupro, o pai pode ser indiciado por omissão de socorro. Já a adolescente vai responder em liberdade pelas agressões contra o irmão. Ela e o filho foram encaminhados para a casa de parentes.
Já o menino de 4 anos foi levado para atendimento médico e, em seguida, encaminhado para o Conselho Tutelar e, depois, para um abrigo municipal. Até o momento, sua mãe não foi localizada. Os suspeitos devem prestar novos depoimentos até o final da semana.