Defesa diz que prisão de mãe de Henry é 'libertação contra opressão e medo'
A nova defesa da professora Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, que compareceu hoje ao 16º DP, informou que ela será ouvida pela segunda vez pela polícia e indicou o que deve ser a linha adotada pela equipe de advogados. Até segunda-feira (12), ela era representada pelo advogado do padrasto do menino, Dr. Jairinho (sem partido).
"Deixem e ouçam a Monique falar. Por incrível que pareça, a situação é tão trágica que a prisão da Monique na verdade representa a sua libertação contra opressão e o medo", afirmou a advogada Thaise Mattar Assad ao deixar a delegacia na tarde de hoje.
Os advogados de Monique estiveram no 16º DP para formular requerimento de um novo interrogatório. E, segundo eles, a polícia concordou com o pedido. A Polícia Civil contudo ainda não se manifestou, e não há uma data para a nova oitiva acontecer.
Por volta das 14h, também chegou à unidade policial a empregada doméstica que trabalhava na casa do casal, Leila Rosângela de Souza Mattos, para novo depoimento. Intimada, Thalita Santos, irmã do vereador, também compareceu após informação de que o depoimento seria remarcado.
Monique levará 'verdade sobre o caso', diz defesa
Segundo o advogado Thiago Minagé, Monique "precisa ter voz".
Questionado se Jairinho teria ameaçado Monique, o advogado Hugo Novais disse que a professora levará à polícia a "verdade sobre o caso".
"Chegou o momento de ela falar de maneira isenta. Ela vai ter a oportunidade de novamente prestar um depoimento. O que nós entendemos é que ninguém pode falar em nome da Monique e a estratégia que a defesa tem é única e exclusivamente uma: que a Monique diga a verdade. A justiça será feita e todos os casos vão ser esclarecidos."
Monique falou para interlocutores nos últimos dias que era agredida pelo namorado, Dr. Jairinho —investigado pelo assassinato do filho dela, segundo informou ontem a coluna da jornalista Juliana Dal Piva.
Ao UOL Entrevista, o diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital, delegado Antenor Lopes Martins Júnior, disse que, até ontem, não havia nos autos da investigação informações sobre violência doméstica, até mesmo por parte da professora.
A mãe de Henry sustentou em seu primeiro depoimento à polícia versão alinhada à de Jairinho —a de que Henry teria sofrido um acidente doméstico. Contudo, a perícia afastou essa hipótese, e a polícia diz não ter dúvida de que a criança foi assassinada.
Veja a seguir a versão do casal, segundo laudo de reconstituição da morte, elaborado pela perícia.
Prisão de Monique e Jairinho
Os mandados de prisão temporária por 30 dias de Monique e Jairinho foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri. A polícia investiga o crime de homicídio duplamente qualificado —por motivo torpe e sem chances de defesa à vítima.
Para a polícia, o menino morreu em decorrência de agressões. Segundo os investigadores, Dr. Jairinho já tinha histórico de violência contra Henry.
Conversa da babá com Monique revela que o parlamentar se trancou no quarto para agredir a criança com chutes e pancadas na cabeça um mês antes do crime —a mãe soube das agressões, de acordo com a polícia.
O casal também é suspeito de combinar versões e de ameaçar testemunhas para atrapalhar as investigações. A Polícia Civil já ouviu mais de 20 pessoas na investigação.
Investigadores conseguiram resgatar mensagens de texto e imagens que teriam sido apagadas dos celulares do casal, após quebra de sigilo telefônico decretado pela Justiça do Rio.
Em uma das conversas recuperadas, ocorrida no dia 12 de fevereiro, a criança relata à babá — identificada como Thayná — que sofreu uma "banda" (rasteira) e chutes de Dr. Jairinho. A babá então conta à mãe que o menino disse que essa não teria sido a primeira vez que sofreu agressões do padrasto.
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