Mulher caiu por acidente de cobertura do namorado em BH, conclui MP
Bruno Torquato
Colaboração para o UOL, em Betim (MG)
14/04/2021 14h57Atualizada em 14/04/2021 14h57
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Civil (PC) divulgaram hoje a conclusão das investigações sobre a morte da administradora de imóveis Hilma Balsamão, de 38 anos.
A investigação apontou que a queda da mulher da cobertura em que o namorado morava, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, foi acidental. Na época do caso, em novembro do ano passado, foram levantadas suspeitas de que a morte se tratava de homicídio ou suicídio, hipóteses descartadas pelas autoridades.
O caso estava em segredo de Justiça, retirado após a conclusão da investigação, e agora foi arquivado.
A promotora de Justiça Denise Gerzoni, que acompanhou o caso, disse que as provas periciais levaram a exclusão de fatores externos que poderiam ter influenciado a morte de Hilma.
"Houve o descarte de um feminicídio ou outro crime doloso como, por exemplo, auxílio ao suicídio. A conclusão é muito convincente e tranquila de que não houve morte violenta aliada a duas circunstâncias: a não intervenção de uma terceira pessoa e o entorpecimento encontrado com um teor alcoólico notável no organismo da vítima", disse.
Ainda de acordo com a promotora do MP-MG, ao encaminhar o caso para o arquivamento foi solicitado que seja explícita a informação de que havia sinais vitais após a queda, para descartar a hipótese de morte antes do fato.
Já a delegada da Polícia Civil, Ingrid Estavam, do núcleo especializado de investigação de feminicídios, disse que o trabalho policial começou levando em conta todas as teorias possíveis e que, após ouvir testemunhas e fazer o trabalho de reconstituição, foi possível responder aos questionamentos do que teria ocorrido.
A delegada detalhou que em determinado momento houve uma discussão entre Hilma e Gustavo Almeida Veloso, dono do apartamento e namorado da moça.
Gustavo inclusive pediu a seu filho, que estava presente no local, para que ele filmasse a situação para registrar que ela estava exaltada, conta Ingrid.
"Ela toma o celular e joga no chão e, então, vai em direção a piscina. Todos acharam que ela iria pular ali, mas ela passa a perna no parapeito da cobertura e por descuido não conseguiu segurar o corpo e caiu", conta a delegada, que ressaltou a inexistência da intenção de se matar.
A reportagem entrou em contato com o escritório do advogado Gustavo Americano, que representa Gustavo Almeida Veloso, mas não recebeu retorno. O UOL também não obteve sucesso em localizar a família de Hilma.