Topo

Esse conteúdo é antigo

SP: Metroviários decidem por greve e param a partir da meia-noite

SP: Metroviários decidem sobre greve hoje e podem parar à meia-noite - Bruno Escolastico/Photopress/Estadão Conteúdo
SP: Metroviários decidem sobre greve hoje e podem parar à meia-noite Imagem: Bruno Escolastico/Photopress/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL

18/05/2021 18h36Atualizada em 18/05/2021 21h39

Em assembleia realizada nesta noite, os metroviários de São Paulo decidiram que entrarão em greve a partir da meia-noite desta quarta-feira (19). Os trabalhadores do Metrô dizem estar mobilizados contra a retirada de direitos e por melhora nas condições de trabalho. A greve afeta as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata.

De acordo com nota do Sindicato dos Metroviários, os trabalhadores pedem por "reajuste salarial, pagamento da Participação nos Resultados e contra a retirada de direitos". A categoria acusa o Metrô de persistir em uma proposta que reduz os direitos trabalhistas.

Ontem, o Metrô recusou uma proposta apresentada pelo MPT (Ministério Público do Trabalho). Segundo os metroviários, o MPT voltou a apresentar uma sugestão para conciliação, que foi novamente recusada pela empresa.

Procurado pelo UOL, o Metrô de São Paulo ainda não respondeu aos questionamentos.

A tentativa de acordo continuou hoje mas, segundo o Sindicato, o Metrô não compareceu à Audiência de Conciliação realizada hoje no Tribunal Regional do Trabalho para que novos termos fossem negociados.

"A culpa dessa greve é do governo de São Paulo. Do Dória, do secretário do transporte, e dos seus representantes. Nesse sentido, a proposta que a empresa nos fez é uma proposta absurda", disse Altino de Melo, coordenador do Sindicato dos Metroviários, em transmissão feita antes da Assembleia que decidiu pela greve.

Altino de Melo disse ainda que "diante da intransigência do governo" a categoria metroviária defendeu a rejeição da proposta da empresa. O Sindicato afirmou que os metroviários estão há dois anos sem reajuste salarial.

"Diante disso, qual a alternativa nesse momento, fazer a greve depois de longas negociações. Na verdade, as negociações do ponto de vista formal não foram tão grandes, mas chegou um grau que não tinha mais condições de continuar as negociações, tanto é que a empresa abandonou a negociação que tinha hoje", explicou o coordenador.

O coordenador criticou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), e o acusou de "ataque ao movimento sindical".

"Ele se aproxima do governo Bolsonaro. Ele fala que o Bolsonaro é antidemocrático, mas o Doria, desse ponto de vista, segue a mesma linhagem. De ataque ao movimento sindical, aos direitos sindicais dos trabalhadores. E nós vamos resistir", disse.

Apesar a confirmação da greve, a categoria se colocou à disposição para mais negociações.

As propostas

O Metrô recusou a proposta feita pelo Ministério Público do Trabalho na reunião conciliatória entre as partes.

O MPT propôs, entre outros, reajuste salarial de 9,7% em 3 parcelas sendo a primeira em maio de 2021, a segunda em janeiro de 2022 e a terceira em maio de 2022, adicional noturno de 40% até dezembro de 2021 e pagamento da segunda parcela da PR (Participação nos Resultados) em janeiro de 2022.

A empresa, por sua vez, ofereceu reajuste salarial de 2,61%, não retroativo, a partir de 1º/1/2022, pagamento da Participação nos Resultados da 2ª parcela somente em 31/1/2022, adicional noturno de 35%, entre outros.

    Proposta feita pelo Ministério Público do Trabalho

    • Reajuste salarial de 9,7% em 3 parcelas sendo a primeira em maio de 2021, a segunda em janeiro de 2022 e a terceira em maio de 2022
    • Adicional noturno de 40% até dezembro de 2021 e retorna ao patamar atual em janeiro de 2022
    • Adicional de férias de 50% até dezembro de 2021 e retorna ao patamar atual em janeiro de 2022 com pagamento das diferenças do período
    • Pagamento da segunda parcela da PR (Participação nos Resultados) em janeiro de 2022
    • Manutenção de todas as demais cláusulas do Acordo Coletivo de 2020/2021

    Proposta do Metrô

    • Reajuste salarial: 2,61%, não retroativo, a partir de 1º/1/2022. Mesmo índice e condições para o vale-refeição e o vale-alimentação
    • PR 2019: pagamento da 2ª parcela somente em 31/1/2022 e mediante "formalização de acordo que contemple as condições e critérios do valor a ser pago"
    • Gratificação de férias: aplicação da fórmula que consta no Acordo Coletivo porém com adicional de 60%
    • Adicional noturno: 35% sobre salário-base
    • Abono salarial: pagamento só em 31/3/2022, equivalente ao piso normativo da categoria vigente em março de 22, para todos os empregados.
    • Gratificação por Tempo de Serviço: pagamento somente aos funcionários que completaram o 5º ano de trabalho até 30/4/21. Não haverá acréscimo de 1% por ano a esses trabalhadores. Essa cláusula não se aplicará aos admitidos a partir de 1º/5/2021.
    • Demais cláusulas: manutenção do que consta no Acordo Coletivo