Em Medeiros Neto (BA), mais de 2 mil ficam desabrigados após enchente
As fortes chuvas que atingem a Bahia deixaram Medeiros Neto, no sul do estado (788 km de Salvador), quase inteiramente debaixo d'água. De acordo com estimativas da Secretaria de Obras e Infraestrutura, há cerca de 2 mil desabrigados na cidade. Não há mortos ou feridos até o momento.
"É uma situação que nunca vi", disse o secretário da pasta, Hugo Barros. Imagens mostram o centro da cidade quase submerso. "Quase 50% da cidade foi alagada. O comércio está praticamente acabado", relatou Arlete Costa, do setor jurídico da Prefeitura.
Na última terça-feira (7), os rios que cortam o município de cerca de 23 mil habitantes transbordaram, atingindo comércios e moradias e gerando cortes de energia. Segundo Barros, o nível da água começou a diminuir neste sábado (11). Aos poucos, a energia está sendo reestabelecida.
Ainda há um bairro e um povoado isolados, com acesso apenas por lanchas. Barros informou que as famílias desalojadas foram realocadas, a maioria na casa de familiares e amigos, outros em colégios e repartições públicas do município.
De acordo com Arlete Costa, a redução do nível da água, apesar de representar um alívio, está gerando outros problemas. Construções começaram a desabar com a descida da água —é o caso de sete casas, que já foram abaixo. "Ainda não se sabe todos os estragos ainda", afirmou.
Segundo a funcionária da Prefeitura, há o receio de que uma área da cidade que fica próxima de um morro sofra com desabamentos.
A prefeitura está recebendo doações de alimentos, água e medicamentos. Também foi divulgada uma conta bancária e uma chave Pix para contribuições.
Ciclone extratropical
Um ciclone extratropical formado na costa Sul do Brasil ajudou a provocar fortes chuvas no sul da Bahia. Vinte e quatro cidades, inclusive Medeiros Neto, decretaram estado de calamidade.
Na vizinha Itamaraju, três pessoas morreram em um deslizamento de terra —duas eram crianças com menos de 10 anos.
De acordo com a plataforma de previsão climática Climatempo, a chuva começa a diminuir na região a partir de hoje, mas o oeste do estado ainda fica bastante carregado. Só amanhã a chuva diminuirá, de forma geral, no estado.
"Assim que a água baixar, vamos fazer um levantamento detalhado de tudo que precisa ser reconstruído: estradas, pontes e casas que foram destruídas. Mas só dá para fazer esse levantamento depois que a água baixar, porque você precisa ver o estrago, de fato, e a solução técnica que vai ser dada em cada ponto onde se perdeu aquela infraestrutura", disse o governador Rui Costa.
Segundo a Defesa Civil, as prefeituras ainda estão levantando o número de desabrigados e desalojados. Há muita dificuldade, devido às inundações, de chegar a alguns municípios.
Helicópteros partiram de Salvador e da Base Avançada de Barreiras para as áreas onde a situação é mais crítica. Escavadeiras e outros equipamentos também foram deslocados para os trechos impactados pela chuva na BA-284 e da BR-489.
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