Com aldeias isoladas, indígenas refazem ponte levada por chuva no sul da BA
Indígenas pataxó de Porto Seguro, no sul da Bahia, se uniram para reconstruir uma ponte que dá acesso a quatro comunidades e que foi destruída pelas fortes chuvas ocorridas na semana passada na região.
Segundo o cacique Atxuab Pataxó, a ponte foi destruída entre quarta e quinta-feira da semana passada e era a única ligação terrestre para as aldeias Boca da Mata, Meio da Mata, Cassiana e Mãe Barra Velha.
"Nossa ponte foi levada pela chuva e ficamos ilhados. Nós estamos construindo nossa ponte com madeira. Tivemos ajuda de alguns parceiros, mas a maior parte dos recursos foi a própria comunidade que conseguiu na aldeia mesmo", conta.
A previsão dele é que a ponte fique pronta até o fim do dia hoje. "A gente fica preocupado e corre para reconstrução da nossa ponte por questão de caso de saúde, porque ela não espera", completa o cacique.
Por conta da chuva, ele diz que os indígenas ficaram sem serviços de internet por pelo menos quatro dias. "Sem a ponte a gente teve dificuldade de buscar alimentação, e nós estamos passando por essas dificuldade", diz, citando ainda que algumas famílias ficaram desabrigadas
A maioria das casas aqui da comunidade são feitas de taipa e com cobertura de palha de palmeira. Aí, com as chuvas, algumas delas foram danificadas. E temos ainda algumas famílias com dificuldade por não poder ir trabalhar
Cacique Atxuab Pataxó
Apoio de militares e gabinete montado
Para ajudar na reforma aos danos causados em Porto Seguro, a prefeitura explica que conta com apoio de militares do grupo de fuzileiros navais. O primeiro grupo que chegou ontem é composto por 14 oficiais e sete viaturas, entre elas uma ambulância.
Ainda de acordo com a prefeitura, ao todo serão cem fuzileiros e 22 viaturas e atuarão sob coordenação da Defesa Civil Nacional. Eles farão ações de transporte de cargas, alimentos, água, pessoal, remédios, profissionais, desinterdição de estradas, entre outras. Eles vão atuar não apenas em Porto, mas em outros municípios atingidos pelas chuvas.
Ao todo, as chuvas no estado causaram a morte de 12 pessoas e deixaram 51 cidades em situação de emergência. Desde ontem, o governo do estado montou uma estrutura em Itamaraju, onde passou a funcionar um gabinete avançado para agilizar ações.
Para prestar assistência à população tradicional, como quilombolas e indígenas, o governo informou que a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial visita comunidades para fazer um diagnóstico dos prejuízos e das principais demandas das famílias.
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