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Após morte, Anvisa faz alerta sobre 'chá em cápsulas' para perder peso

Medicamento é vendido online em diversos sites de revenda - Reprodução/Shopee
Medicamento é vendido online em diversos sites de revenda Imagem: Reprodução/Shopee

Do UOL, em São Paulo

04/02/2022 20h57

Um dia após uma enfermeira de São Paulo morrer com um quadro de hepatite fulminante, possivelmente provocada pelo consumo do chá em cápsulas para perda de peso '50 ervas emagrecedor', a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou um alerta sobre o produto, que tem venda proibida no Brasil desde 2020.

De acordo com o posicionamento do órgão regulador, ele sequer pode ser considerado alimento ou suplemento alimentar, "pois contém ingredientes que não são autorizados para o uso em alimentos". Entre os componentes não permitidos estão ervas como chapéu de couro, cavalinha, sene, pau ferro e dente de leão, que só poderiam ser utilizadas em remédios fitoterápicos e outros tipos de drogas.

"Desconfie de produtos com promessas milagrosas, que prometem emagrecimento fácil ou qualquer outro tipo de ação de tratamento, cura ou prevenção de doenças", pontuou aviso da agência.

Apesar da proibição da venda do remédio no país, não é difícil encontrar o chá da empresa Pró-ervas, consumido pela enfermeira paulista antes de morrer, e bebidas com outros compostos similares aos proibidos pela Anvisa à venda na internet. A fiscalização de lojas online cabe à Anvisa e das lojas físicas, à Vigilância Sanitária local.

Para ajudar aqueles que não têm certeza sobre a procedência de um produto vendido online, a Anvisa disponibilizou dois links que permitem que o usuário verifique se o item em questão está regularizado como medicamento ou se ele tem uso proibido.

Enfermeira morreu após tomar emagrecedor

Na madrugada de ontem, a enfermeira Edmara Silva de Abreu, 42, morreu com uma hepatite fulminante após consumir o composto de ervas. Ela teve enjoos ao longo de duas semanas e foi internada no HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), referência em casos do tipo.

Edmara, descrita pela família como "extremamente saudável", chegou a receber um transplante de fígado, mas rejeitou o novo órgão e teve morte cerebral anunciada na quarta-feira (2). No dia seguinte, ela teve uma parada cardíaca.