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Pai de menina morta ao cair do 4º andar mora na Irlanda e perde enterro

Maurício Carlota e a filha, Luna Victorique Zabatiero Carlota, que morreu ao cair do 4º andar do prédio onde morava - Reprodução/Redes sociais
Maurício Carlota e a filha, Luna Victorique Zabatiero Carlota, que morreu ao cair do 4º andar do prédio onde morava Imagem: Reprodução/Redes sociais

Giorgio Guedin

Colaboração para o UOL em Florianópolis

10/04/2022 17h10

O pai da menina Luna Victorique Zabatiero Carlota, 5, que morreu após cair do quarto andar de um prédio na noite da última sexta-feira (8) em Chapecó (SC), mora na Irlanda. Ele não conseguiu acompanhar o sepultamento da filha e acusa a mãe de negligência.

"Foi uma completa negligência e uma falta de responsabilidade", acusou Maurício Carlota em entrevista ao UOL. Ele ainda afirma que a mulher de 30 anos sempre foi uma pessoa inconsequente. "A Luna já quebrou o pé sob cuidados dela. Acho que tinha 2 anos. Nunca acha que vão acontecer com ela as coisas. Prova maior está aí", afirmou.

Conforme Maurício, eles tiveram um relacionamento durante seis anos e morou com Luna e a mãe dela durante quatro. No fim de 2020, o casal se separou e a menina foi morar com o pai e a avó paterna. No fim do ano passado, entretanto, passou a morar com a mãe, que havia se mudado para Chapecó recentemente. A família era de Campinas (SP).

A última vez que Maurício conversou com a filha foi há mais de uma semana. "Ainda fiquei mais de uma semana sem falar com ela por falta de tempo e porque a mãe dela fingia não ver minhas mensagens", afirmou.

O UOL entrou em contato com a mãe de Luna, mas ela não quis se manifestar. Segundo amigas próximas, a mulher se encontra bastante abalada.

pai, luna - Reprodução/Redes sociais - Reprodução/Redes sociais
Maurício a filha, Luna
Imagem: Reprodução/Redes sociais

"Só bons momentos"

Maurício lembra dos momentos felizes que teve com a filha. "Com a Luna, só teve bons momentos. Era uma criança energética que queria conversar o tempo todo. Falava bastante, muito curiosa, queria fazer tudo o que a gente fazia, queria saber das coisas", recordou. "Obviamente, como toda criança, ela era arteira. Era uma criança geniosa, sabia o que ela queria, ela queria aquela roupa. Tudo isso a tornava especial."

A última vez que Maurício viu a filha presencialmente foi em outubro do ano passado, quando se mudou para a Irlanda. Desde então, matava a saudade da filha apenas por videochamadas, mesmo com as dificuldades do fuso horário. "A gente sempre brincava, fazia careta, perguntava do dia e da escola", contou.

O acidente

Luna morreu após cair do quarto andar de um prédio no centro de Chapecó na noite da última sexta-feira (8). Ela estava sozinha dentro do apartamento. A mãe e o padrasto estavam fazendo compras em um supermercado próximo, segundo a Polícia Militar.

Uma testemunha, moradora do andar inferior, falou aos policiais que conseguia ouvir a criança pulando dentro do apartamento e o barulho da televisão. Em certo momento, ela relata que viu a garota em pé, próxima a uma janela aberta, quando se desequilibrou e caiu.

O apartamento não tinha tela de proteção em nenhum dos cômodos. A DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso) de Chapecó está investigando o crime e deve ouvir familiares e testemunhas a partir desta segunda-feira (11).