RJ: marido cita luta corporal antes de policial militar atirar e matar irmã
O marido da PM Rhaillayne Oliveira de Mello - presa por atirar e matar a irmã durante uma discussão em um posto de gasolina em São Gonçalo, na região Metropolitana do Rio, no último sábado (2), afirmou em depoimento à Polícia Civil que a mulher apresentava sinais de embriaguez na noite do crime.
Leonardo Paiva Barbosa, que também é policial militar, presenciou o crime e deu voz de prisão à esposa. Ele ainda afirmou que a mulher e a irmã dela, Rhayna Mello, 23, chegaram a entrar em luta corporal por duas vezes durante a confusão.
Em depoimento à DHNSG (Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí), ele disse que acordou por volta de 3h com Rhaillayne chegando em casa para buscar algo e saiu novamente. Na ocasião, o militar não soube precisar o que a esposa levou da residência.
Uma hora depois, Leonardo teria recebido duas ligações, uma da sogra e outra da irmã da PM, relatando que a esposa estava "muito alterada".
Ao sair para procurá-la, o policial disse que encontrou a mulher bebendo em um bar, aparentemente calma, e que ela se recusou a voltar com ele para casa.
Diante da negativa para ir embora, Leonardo contou que deixou o local, mas que retornou para encontrar a mulher depois de receber mais um telefonema da irmã da PM, Rhayna Melo, pedindo ajuda.
Ao chegar ao local onde as duas estavam - um posto de gasolina na Rua Francisco Portela, no bairro Camarão -, Leonardo afirmou que as duas irmãs discutiram e entraram em luta corporal. Ele chegou a separá-las — quando a esposa realizou alguns disparos na direção de Rhayna, mas sem atingi-la.
Em uma nova luta corporal, Rhayna acabou baleada e Leonardo deu voz de prisão à esposa, encaminhando-a para a 73ª DP (Neves), na região.
Prisão preventiva foi decretada
Em audiência de custódia realizada ontem, Rhaillayne teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Na decisão, o juiz Antonio Luiz da Fonsêca Lucchese destaca que durante uma discussão, "a policial sacou a sua pistola, que pertence à corporação, já que é policial militar, e passou a efetuar disparos na irmã".
De acordo com o juiz, Leonardo pediu para que ela parasse de atirar, mas não foi não atendido. O magistrado narrou ainda que posteriormente, mais um tiro foi realizado e Rhayna caiu no chão sem vida.
Diante do depoimento, o juiz acolheu a manifestação do Ministério Público pela conversão da prisão em flagrante em preventiva.
O UOL entrou em contato com a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que atuou a favor da policial militar, e aguarda retorno. Na decisão do juiz, consta que o órgão chegou a pedir a concessão de liberdade provisória com aplicação de medidas cautelares, o que foi negado.
"Neste prisma, tudo indica que o restabelecimento da liberdade da custodiada gera ofensa à ordem pública, assim considerando o sentimento de segurança, prometido constitucionalmente, como garantia dos demais direitos dos cidadãos", sustentou na decisão o magistrado.
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