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GO: Professora diz a alunos que relação homossexual é impura e gera revolta

Do UOL, em São Paulo

15/08/2022 18h31Atualizada em 16/08/2022 21h32

Uma professora de escola pública afirmou, em sala de aula, que ser homossexual é algo "impuro" e despertou revolta. O caso ocorreu na última quinta-feira (11), no Colégio Municipal Castro Alves, em Posse (GO). O vídeo registrando o momento foi compartilhado nas redes sociais.

"Qual é a opinião de um homem ficar com um homem e uma mulher ficar com uma mulher? Todos os problemas. Porque se você é homem, foi feito para a mulher — e a mulher para o homem — e o que foge disso é impuro", diz a professora, identificada como Maria Elizete Santos, aos alunos. Em resposta ao UOL, ela alega que o vocábulo foi entendido erroneamente, tendo falando "engano" em vez de "impuro".

Nas imagens, é possível observar que as falas da professora geram polêmica na sala de aula e alguns alunos se levantam da cadeira na sequência.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Posse informou que realizou uma reunião com a direção da escola, "na qual participaram a professora, pais e alunos que, acompanhados de seus responsáveis legais, foram ouvidos."

O órgão informou que aguarda a ata da reunião para "dar andamento às providências cabíveis para resolução do caso de forma imparcial, garantindo a isonomia, preservando a lisura dos procedimentos e o respeito às legislações vigentes."

"A Secretaria Municipal de Educação e Cultura não compactua com quaisquer manifestações de preconceito ou discriminação decorrente da orientação sexual, raça, credo, origem étnica, posicionamento político ou grupo social", diz comunicado.

A secretaria também afirma que deve adotar "todas as medidas cabíveis para apurar os fatos" e que também reforçará um "programa de combate ao preconceito, à homofobia e outras formas de discriminação."

"A escola é o espaço da ética, justiça, dignidade, respeito, responsabilidade, amizade, honestidade, solidariedade, autodisciplina, amor, confiança, compreensão, paz e fraternidade. As atitudes isoladas de um profissional não devem desabonar o trabalho da equipe do Colégio Municipal Castro Alves."

Ao "Bom Dia Goiás", da TV Anhanguera, afiliada da Globo no estado, a professora encaminhou uma nota afirmando que "não são verdadeiros os supostos comentários homofóbicos atribuídos a mim".

Maria Elizete ainda diz que "no caso concreto, ao se analisar atentamente todo o contexto e os diálogos" e que "em momento algum quis constranger ou macular qualquer pessoa, gênero ou grupo de pessoas."

Ela ainda afirma que pode ter "escolhido mal algumas palavras", mas que "em momento algum estas se amoldam ao reprovável conceito de homofobia."

"Transmito meus sinceros pedidos de desculpa a quem tenha se ofendido, e me mantenho sempre à disposição para o diálogo e ao debate crítico e honesto", finaliza comunicado.

O UOL conseguiu estabelecer contato com Maria Elizete por meio de mensagens em duas plataformas sociais. A reportagem teve um perfil bloqueado em uma delas e foi respondido nesta terça-feira (16) em uma segunda plataforma. A professora apresentou um novo posicionamento de defesa e alegou que não usou a palavra "impuro" em sala de aula, mas a palavra "engano" e disse não ter mais nada a acrescentar.