Menino com câncer raro enfrenta prognóstico de 1 mês de vida e pede ajuda
Com apenas 9 anos, o menino Jean Lucas Paes Leme Jubé luta há seis meses com um tipo de câncer agressivo e raro, chamado linfoma de Burkitt. A doença está interrompendo as funções de seu intestino, baço e bexiga. Por conta do avanço dos sintomas, a solução é buscar por um tratamento novo e muito caro nos EUA, chamado CAR-T Cell. Mas a família precisa correr para juntar os R$ 2 milhões necessários, pois segundo a mãe de Jean, sem o tratamento, o prognóstico é de que ele terá apenas mais 30 dias de vida.
"Pelo amor de Deus, nos ajudem a salvar o Jean, ele tem só um mês de vida se não fizer o tratamento", diz a mãe, Dayanne Jubé Cardoso, no texto criado para uma das vaquinhas online que visam juntar os recursos necessários para a viagem e o tratamento da criança nos EUA, país em que a terapia chamada CAR-T Cell vem sendo aplicada com sucesso.
CAR-T Cell é a sigla utilizada para designar o receptor quimérico de antígeno, em português. Ou seja, ela é um tipo de imunoterapia que usa linfócitos T, células do sistema imunológico do organismo.
O tratamento consiste em retirar, isolar e modificar geneticamente os linfócitos T para poderem identificar células do câncer. Em seguida, eles são colocados de volta no organismo do paciente, com força suficiente para eliminar as células cancerígenas.
A terapia celular ou uso das células do sistema imunológico do próprio paciente para tratar o câncer já é utilizada em vários países e começa a ser desenvolvida também no Brasil. O desafio é superar os custos de produção que podem chegar a R$ 2 milhões (US$ 400 mil) por paciente.
"Nem sempre a vida tem um preço. Mas nesse caso tem, e custa R$ 2 milhões", afirma Dayanne, contando que, para ajudar o menino, a família já colocou à venda o apartamento onde mora em Goiânia e também o único carro. "É o valor da vida de um menininho que tem somente 9 anos, e que luta bravamente há mais de 6 meses".
Doença foi descoberta no hospital de Barretos
Jean morava em Goiânia (GO), com seus pais e seu irmão mais novo, de 5 anos. Em março, ele começou a sentir fortes dores abdominais, e ao passar por exames, os médicos descobriram uma "massa" em sua barriga. Ele foi então transferido para o hospital de referência oncológica em Barretos, onde por uma biópsia descobriram a doença.
"Nossa maior provação dessa vida começou no dia 21 de março. Neste dia, meu filho acordou com vômito e dores abdominais. Ele foi internado e submetido a três tomografias, vários exames de sangue e uma ressonância. Dois dias após a realização desses procedimentos, recebemos o resultado. Algo que nem nos nossos piores pensamentos havia se passado", afirma a mãe.
Desde então, Jean e Dayanne permaneceram em Barretos, em uma quitinete alugada. Seu pai e seu irmão mais novo ficaram em Goiânia, e o visitam todo final de semana.
"Aos domingos eles sempre retornam a Goiânia. O coração aperta, nossa família se despede, se reparte em busca do esforço, do trabalho, dos recursos para que a saúde do Jean se restabeleça e a vida do nosso pequeno volte ao normal", declara a mãe.
No dia em que chegaram ao hospital de referência, Jean foi submetido a uma operação complexa para desobstrução do intestino. Desde quando se submeteu à cirurgia para colher a biópsia, não conseguia evacuar e consequentemente também não conseguia se alimentar. "Foram dias nesse sofrimento", lembra a mãe.
Desde que se viu obrigado a usar bolsa de colostomia e cateter, perdeu 20 quilos. Segundo a família, seis meses após iniciar a luta contra o câncer, já não há chance de cura para Jean no Brasil. Os médicos descartaram a possibilidade de novas cirurgias e novos protocolos de quimioterapia, que já não surtiriam efeito. O câncer não está regredindo. Sua única esperança é conseguir juntar os recursos necessários para embarcar para os EUA, onde conseguirá receber a terapia.
Arrecadação total traz esperança
O montante total arrecado, pelo site Vaquinha, GoFundMe e também via pix, chegou ontem a R$ 1,85 milhão, o que encheu de esperança os corações dos familiares de Jean.
Através de um perfil criado no Instagram, especialmente para tratar da luta do menino, celebridades do futebol, influencers e cantores estão ajudando Jean a conseguir chegar à meta de juntar os R$ 2 milhões que precisa.
O cantor Zé Felipe, o ex-jogador Falcão e a dupla sertaneja Jorge e Mateus, também divulgaram a história do garoto, a fim de conseguir doações para custear o tratamento. O jornalista Leo Dias chegou a fazer um apelo aos seus seguidores.
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