Espírito Santo: quem é mestre acusado de violência em 'O Ateliê'
O podcast "O Ateliê", do jornalista Chico Felitti, narra a investigação sobre acusações feitas por ex-alunos do Atelier do Centro, uma escola de artes do centro da cidade de São Paulo. Dentre as denúncias, estão: exploração financeira, violência física, sexual e psicológica.
Quem são os personagens de "O Ateliê"?
Mirela Cabral - A discípula
- pintora de 30 anos, nascida em Salvador. Atualmente, vive e trabalha em São Paulo;
- formada como bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Cinema pela Faap. Também frequentou cursos artísticos, como o do próprio Atelier do Centro;
- chegou no ateliê com 24 anos, em 2016. A ideia a princípio era fazer um documentário sobre a figura de Rubens, cercado por jovens que o chamavam de "mestre". Ao todo, foram mil dias dentro do Ateliê do Centro, entre os anos de 2016 e 2018;
- ela relatou ofensas vindas de Rubens, como na ocasião em que foi chamada de "puta burra", entre outras situações, como quando ele puxou seu cabelo até que ela caísse ao chão. Segundo Mirela, o silêncio se quebrou quando a artista decidiu que não queria que outros jovens passassem pelo que ela passou;
- fez a primeira denúncia contra a escola em julho de 2022, quando já estava em ascensão profissional.
Rubens Espírito Santo - O mestre
- fundou o Atelier do Centro nos anos 2000. Também é o criador do método MTH, método pedagógico de arte, que segundo ele, propõe uma fusão entre pedagogia, artes visuais e filosofia;
- já publicou mais de 10 livros, todos custeados pelos seus discípulos. Entre as obras, uma autobiografia, na qual afirma não ter terminado o ensino médio e ter se mudado para São Paulo aos 32 anos, quando a sua então esposa passou em um concurso na cidade. Em depoimento, a ex-mulher do artista conta que também foi sua aluna e que o relacionamento começou quando ela tinha 15 anos e ele 27;
- morou em uma quitinete próxima ao pintor Maurício Adinolfi. Rubens se aproximou do pintor e, junto a outros artistas, se encontravam em rodas de conversa;
- com Maurício, abriu um espaço, o galpão da rua Epitácio Pessoa, e mais tarde passaram a aluga-lo e dividi-lo entre eles e suas companheiras. Ali surgiu o Coletivo Atelier do Centro. Rubens começou a ser mais solicitado como professor e alunos mais jovens passaram a frequentar o espaço. Maurício rompeu com Rubens antes que o Atelier virasse de fato uma escola parecida com a que é hoje;
- diante das denúncias, Rubens negou os crimes. Ele não negou as descrições de violência, mas afirmou que tudo o que aconteceu dentro da escola foi consentido entre os alunos.
O Ateliê do Centro
- embora seja uma escola de artes, o Atelier tinha uma logística muito parecida com a de um colégio interno, com regras eram rígidas;
- segundo Mirela, os alunos recebiam por e-mail a lista de afazeres e o método do Atelier, com mais de 50 mandamentos. Entre eles, regras voltadas às questões artísticas, como a "Regra 24 - Água quente e banho quente." E outras que fugiam ao tema, como "Regra 42 - Discípulas femininas estão proibidas de usar roupas íntimas cor da pele";
- para fazer parte do curso do Ateliê do Centro, Mirela pagava R$ 1.500 mensais, além dos gastos, segundo ela, pessoais para Rubens, como charutos e o mercado que ela fazia para a casa do mestre.
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