Ex-aliados de Marcola e Beira-Mar: quem são os criminosos mais procurados

A lista dos criminosos mais procurados do país, que será atualizada pelo governo Lula, contará com a presença de envolvidos em mega-assaltos e narcotraficantes com atuação até no exterior (veja abaixo).

O que é a lista e quais os critérios

• Foi elaborada na gestão Bolsonaro, mas estava desatualizada há mais de um ano.
• O governo Lula diz que irá retomar o projeto, que foi criado em 2020 na gestão de Sergio Moro no Ministério da Justiça.
• Só são incluídas pessoas com mandado de prisão em aberto, envolvimento em crimes graves e participação direta ou indireta em organizações criminosas.

A relação é parecida com a "difusão vermelha" da Interpol (a polícia internacional) e auxilia policiais a prender os criminosos mais perigosos do país. Ela será atualizada com a inclusão de líderes de mega-assaltos e narcotraficantes. Saiba quem são eles:

Márcio do Carmo Pimentel, o Ian

O financiador de mega-assaltos. Márcio do Carmo Pimentel, o Ian, tem mandados de prisão pendentes por assalto.

Ele é apontado por investigadores como financiador e um dos líderes de ações conhecidas como "domínio de cidades", uma abordagem mais violenta em relação à tática do "novo cangaço".

As ações contam com armamentos de maior poder destrutivo, como explosivos e fuzis, usadas em ataques à polícia. As quadrilhas também costumam fazer moradores reféns. A defesa dele não foi localizada para que pudesse se posicionar.

Marcos Roberto de Almeida, o Tuta

Ex-aliado de Marcola e expulso do PCC. Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, era apontado como a principal liderança do PCC nas ruas até abril de 2022. Segundo o Ministério Público, ele foi excluído da facção criminosa.

Ele tem mandado de prisão em aberto pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Há suspeita de que ele fugiu para o exterior. A reportagem não localizou a defesa dele.

Segundo investigadores, Tuta teria recebido valores para bancar um possível resgate de Marcola de uma penitenciária federal no ano passado. O plano foi desarticulado por uma investigação da PF. Marcola é apontado como a principal liderança do PCC.

Leomar Oliveira Barbosa, o Playboy

Antigo aliado de Fernandinho-Beira Mar. Leomar Oliveira Barbosa, o Playboy, foi solto indevidamente do presídio de segurança máxima de Formosa (GO) em 2018 após um erro do sistema carcerário, que atendeu a um pedido de habeas corpus.

O problema é que ele respondia por outros dois crimes, o que foi ignorado. Desde então, passou a ser tratado como foragido.

Leomar é apontado por investigadores como antigo aliado do traficante Fernandinho Beira-Mar, uma das lideranças do Comando Vermelho, facção criminosa do Rio de Janeiro.

Segundo investigações da PF, ele comandava a compra de cocaína da Bolívia e a distribuição da droga no Brasil. A reportagem não localizou os representantes legais dele.

Outros foragidos cotados para entrar na lista

• Engri Júnior - Foi denunciado no mês passado pelo Ministério Público Federal por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico por de chefiar um grupo responsável pela rota que liga Brasil e Bolívia, suspeita de movimentar R$ 16 milhões.
• Silvio Cesar de Araújo, o "Cabelo de Bruxa" - Suspeito de envolvimento em ações de "domínio de cidades" e "novo cangaço". Tem mandado de prisão em aberto por roubo.
• Luiz Fernando Ciareli - Também apontado por envolvimento em mega-assaltos, é suspeito de atuar como responsável pela operação de drones nessas ações. Tem mandados de prisão por roubo, receptação e porte ilegal de arma.
• Jackson Oliveira Santos, o Dako - É apontado por investigadores como um dos principais articuladores de um dos núcleos especializados em mega-assaltos. Tem mandados de prisão pendentes por roubo.
• Wagner Mota - Suspeito de envolvimento em roubos e de ligação com o tráfico de drogas em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal por suspeita de ligação com uma rota que liga Brasil e Bolívia.
• Leonardo Costa Araújo, o Leo 41 - O traficante paraense é suspeito de comandar a venda de drogas em áreas dominadas pelo Comando Vermelho no Rio.