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Raros 'raios vermelhos' são gravados no céu de SC: 'difícil de registrar'

Do UOL, em São Paulo

25/01/2023 14h04Atualizada em 25/01/2023 14h49

Colunas de "raios vermelhos" iluminaram o céu do litoral de Santa Catarina, em um evento astronômico com registros raros no estado brasileiro. O responsável por divulgar as imagens do fenômeno foi o astrônomo Jocimar Justino, que encontrou os "sprites" — como são conhecidos esses eventos luminosos — em meio às imagens feitas na noite de 13 de janeiro.

Ele explica que o vídeo dos raios foi feito por uma câmera de filmagem contínua em um observatório de Monte Castelo, também em Santa Catarina, associado à BRAMON (Rede Brasileira de Observação de Meteoros), focados em visualizar rochas espaciais, mas sem ignorar outros "convidados".

"Os 'raios vermelhos' foram registrados pela câmera apontada na direção leste. Eu registrei esse fenômeno anteriormente em localizações mais distantes, como no Rio Grande do Sul e em São Paulo, em câmeras que eu tenho voltadas para outras direções, mas esse foi um dos registros mais belos que eu fiz do fenômeno, porque dá pra ver bem as colunas dos 'sprites', em formatos variados, parecidos com águas-vivas, cenouras", contou Jocimar em entrevista ao UOL.

O astrônomo explica que os raios ganham a coloração avermelhada por ocorrer acima das nuvens, sendo influenciados pelo tipo e concentração de gases atmosféricos da altitude em que se formam. Ainda segundo ele, o formato e tom diferenciado desses "sprints" criou teorias sobrenaturais sobre sua origem entre alguns de seus observadores.

"Antigamente, esses fenômenos eram frequentemente associados a eventos sobrenaturais. Alguns raios têm até com formatos humanoides, que parecem braços, então as pessoas viam aquilo e falavam que eram espíritos ou alguma coisa do tipo, já que vendo ao vivo não tem como pausar e analisar melhor. Hoje, com a tecnologia, a gente consegue analisar melhor a imagem, porque é um evento bem difícil de registrar, acontece em uma fração de segundos", afirma.

seta aponta nasa - Reprodução/Nasa - Reprodução/Nasa
Seta aponta para "raios vermelhos" vistos da Estação Espacial
Imagem: Reprodução/Nasa

Imagens feitas pela Nasa com as câmeras instaladas na Estação Espacial já foram divulgadas para mostrar como funcionam os sprints, já que os raios "comuns", que acompanham tempestades, acontecem dentro das nuvens, enquanto os vermelhos são resultados de uma descarga elétrica intensa acima das nuvens.

Entre os especialistas da BRAMOM, consultados por Jocimar, o primeiro registro do fenômeno no Brasil foi feito em 2014.

"Mas as imagens dele são cada vez mais comuns graças às câmeras de monitoramento ininterruptas. Sem um sistema especifico como esse eu acredito que é bastante difícil registrar, porque é bem rápido, ao vivo não dá para sacar o celular e gravar."