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Professora duvidou que escaparia de atentado: 'Achei que ia morrer'

Professora Rita de Cássia, 67 anos, foi esfaqueada durante à escola em São Paulo - Felipe Pereira/UOL
Professora Rita de Cássia, 67 anos, foi esfaqueada durante à escola em São Paulo Imagem: Felipe Pereira/UOL

Do UOL, em São Paulo

28/03/2023 18h34

A professora Rita de Cássia, 67 anos, chegou para depor à polícia na tarde de hoje (28) com uma tipoia e curativos pelo corpo. Sequelas do ataque à escola em São Paulo que matou a colega Elisabeth Tenreiro. Rita acreditou que teria o mesmo destino.

Achei que ia morrer porque essas coisas, quando acontecem, sempre têm morte. Eu achei que ali era meu momento."

O que mais Rita falou

  • Era 7h10 quando começou uma gritaria no corredor. "Abri a porta para ver o que estava acontecendo e ele entrou na minha sala. Foi depois de atacar a Beth. Ele não falava nada."
  • Por causa da máscara, ela não reconheceu o aluno para quem dava aula. O garoto tentava acertar o rosto dela com facadas.

Me vem a imagem dele em cima de mim com aquela faca na mão. Eu me protegendo. Levei dois cortes no braço, uma nas costas tentando me proteger, gritando: 'Para, para, para!' Uma aluna me socorreu, tirou a blusa e enrolou no meu braço."

Sem vontade de voltar a dar aulas

  • Rita está muito abalada com tudo que aconteceu. Carrega feridas na carne e no espírito e diz que não sabe se terá condições de retomar a carreira de professora.
  • Ela dá aulas há 12 anos e, por mais que goste do contato com os alunos e sinta carinho por parte deles, estuda seriamente largar a profissão.

Hoje, na minha cabeça, eu não consigo pensar numa volta. Não consigo me ver numa sala de aula".

Histórico violento de adolescente foi omitido

  • Rita de Cássia contou que em nenhum momento a direção da escola mencionou o comportamento violento do garoto que executou o ataque.
  • A professora disse que soube pela imprensa que o aluno havia ameaçado colegas de morte, que enviava fotos de armas e avisava que cometeria um massacre.
  • Ela declarou que o Estado não ofereceu nenhum apoio psicológico.