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Vigilância encontra moscas, baratas e comida estragada em hospital de RR

Serviço prestado por empresa ao Hospital Geral de Roraima era precário e não seguia as condições mínimas de higiene, segundo a Vigilância Sanitária - Reprodução: Rede Amazônica
Serviço prestado por empresa ao Hospital Geral de Roraima era precário e não seguia as condições mínimas de higiene, segundo a Vigilância Sanitária Imagem: Reprodução: Rede Amazônica

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/03/2023 20h09

Inspeção da Vigilância Sanitária encontrou uma série de irregularidade nos serviços alimentares ofertados aos pacientes do Hospital Geral de Roraima.

O que aconteceu:

  • A Vigilância Sanitária apontou que os alimentos servidos no hospital não seguiam os padrões mínimos de higiene recomendados na maior unidade de saúde pública do estado.
  • Conforme o órgão sanitário, os utensílios para refeição eram mal higienizados, as embalagens eram inadequadas e deixavam os alimentos expostos a insetos como moscas e baratas, comidas estavam estragadas, as garrafas térmicas mal higienizadas e exalando mau odor no momento de servir o lanche aos pacientes.
  • Além disso, os responsáveis por preparar os alimentos não usavam os equipamentos necessários, como luvas, e a água utilizada para cozinhar os alimentos não tinha comprovação de que era potável.
  • A Vigilância inspecionou o hospital quatro vezes durante o mês de fevereiro.

Ao UOL, o MP-RR (Ministério Público de Roraima) informou que recomendou à Sesau (Secretaria Estadual de Saúde) a rescisão do contrato assinado em agosto de 2022 com a empresa MeioDia Refeições Industriais Ltda, no valor de R$ 35.605.534,08, com vigência de 12 meses.

O MP-RR também destacou que a MeioDia não poderia ter sido contratada para prestar os serviços ao estado porque já foi considerada inapta para essa função, uma vez que a própria Sesau aplicou penalidade temporária à empresa no começo do ano passado.

mp-rr - Reprodução: Rede Amazônica - Reprodução: Rede Amazônica
Serviço prestado por empresa ao Hospital Geral de Roraima era precário e não seguia as condições mínimas de higiene, segundo a Vigilância Sanitária
Imagem: Reprodução: Rede Amazônica

À reportagem, a Sesau informou que acatou a recomendação do MP-RR, rescindiu o contrato vigente e acionou a empresa que ficou em segundo lugar no processo licitatório, para prestar os serviços até então fornecidos pela MeioDia.

"A Sesau reforça que de todas as unidades de saúde, a única que não houve 100% do atendimento foi o Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento, e que recomendações no sentido de melhorias na prestação do serviço foram encaminhadas para empresa", informou a Secretaria, que disse, ainda, estar "à disposição dos órgãos de fiscalização e controle do Estado, para sanar quaisquer dúvidas inerentes ao atendimento na área de assistência à saúde no âmbito da rede pública estadual."

Em nota ao UOL, a MeioDia Refeições disse que não foi notificada pela Sesau sobre a rescisão contratual, e afirmou que "todos os fatos narrados pela fiscalização foram devidamente justificados, não tendo a Sesau constatado por meio de exames laboratoriais nenhuma irregularidade da empresa".

Sobre as falhas registradas pela Vigilância Sanitária, a empresa disse que o órgão "apontou algumas oportunidades de melhorias, todas já devidamente sanadas", e reforçou que isso "não compromete a qualidade e a segurança dos alimentos produzidos".