Laudo da morte de menina cigana é inconclusivo sobre disparo, diz advogada
A advogada da família de Hyara Flor Santos Alves, adolescente de 14 anos de origem cigana, divulgou a conclusão do laudo de necropsia da menina. A adolescente foi baleada e morta na quinta-feira (6) em Guaratinga (BA).
O que aconteceu
O laudo aponta que a adolescente asfixiou no próprio sangue, até a morte. "Faleceu por anemia aguda e asfixia por lesão complexa cervical, vascular e laríngea por disparo de arma de fogo", afirma o do laudo assinado pelo perito médico-legal Eduardo Abdon Sarquis.
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No trecho divulgado pela advogada Janaína Panhossi não há informações sobre a possível autoria do disparo, se de Hyara ou de outra pessoa. A polícia continua com as investigações de feminicídio. Até esta sexta-feira (14), nenhum suspeito foi preso por relação com o crime.
"[O laudo] é inconclusivo e indica apenas a causa da morte da Hyara, mas não define se o disparo foi de forma acidental ou intencional."
Advogada da família de Hyara
Entenda o caso
Parentes de Hyara passaram a apontar a família de A., marido de Hyara que também tem 14 anos, como responsável pela morte. A garota chegou a ser levada para o hospital pela família do marido com tiros no pescoço, mas não resistiu.
Familiares do acusado dizem que foi um acidente e não houve crime. Eles afirmam que os disparos foram acidentais enquanto Hyara limpava uma pistola.
O marido de Hyara e dois adultos não foram localizados pela polícia desde que a garota deu entrada no hospital. Os adultos são o pai do adolescente e outro homem da família, de parentesco não confirmado. Eles ainda não deram depoimento.
O UOL não conseguiu localizar a defesa da família acusada.
O que diz a família de Hyara
O pai da vítima afirma que ela foi morta por vingança contra a família. O motivo seria uma traição envolvendo a mãe de A. e o irmão de Iago — ou seja, a sogra e o tio de Hyara seriam amantes.
O pai de A. teria induzido o adolescente a atirar contra a própria esposa, após ser vítima dessa traição, segundo a versão do pai da adolescente.
Estopim para o crime foi a fuga da mãe de A. com o irmão de Iago. Na versão da família da vítima, a sogra de Hyara já manteve outros casos extraconjugais.