Caso Henry: Cremerj mantém cassação do registro médico de Dr. Jairinho
Do UOL, em São Paulo
18/07/2023 22h45
O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) manteve a cassação do registro de Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, durante plenária na tarde desta terça-feira (18).
O que aconteceu:
Decisão dos 42 conselheiros que compõem a Segunda Câmara do Conselho foi unânime. Jairinho tinha entrado com recurso devido à sentença anterior de cassação do seu registro profissional.
As ações do ex-vereador e médico eram incompatíveis com a ética médica e uma grave violação dos princípios fundamentais da profissão, de acordo com os conselheiros. Desde junho de 2021, ele está impedido de exercer a profissão.
A cassação do registro "é a punição mais alta, de acordo com a legislação vigente." Com a nova decisão, não cabe mais recurso no Cremerj. Apesar disso, Jairinho ainda poderá recorrer da medida junto ao Conselho Federal de Medicina, em Brasília. O UOL procurou o advogado do ex-vereador, mas ainda não recebeu retorno.
"O tribunal considerou inaceitável o fato de Jairo não ter realizado tentativas de reanimação em Henry Borel, bem como sua conduta de tentar impedir que o corpo da vítima fosse periciado pelo Instituto Médico Legal", disse, em nota, o advogado que auxilia o pai Leniel Borel na assistência de acusação, Cristiano Medina da Rocha.
A decisão do colegiado, reafirma o compromisso do Tribunal Regional do CRM/RJ em zelar pela integridade e excelência da prática médica, repudiando veementemente qualquer conduta que atente contra a vida e a motivação humana. A exclusão de Jairo Souza Santos Junior dos quadros do CRM reforça a postura de rigor ético e responsabilidade profissional que deve prevalecer em todas as atividades médicas exercidas no Brasil.
Cristiano Medina da Rocha, advogado
Relembre o caso
Henry Borel morreu em 8 de março de 2021, aos 4 anos. Segundo a polícia, a criança sofreu 23 lesões por "ação violenta". A causa da morte foi hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente, afirma o laudo.
No dia da morte, o menino chegou a ser levado por Monique Medeiros e Jairinho ao hospital. Ambos alegaram que ele havia sofrido um acidente doméstico. Segundo o MP, porém, Henry foi morto por motivo torpe, já que Jairinho acreditava que o menino atrapalhava a relação do casal.
Com informações da Agência Brasil