'Arrependido de coração', diz MC que fez música debochando da morte de PM
Colaboração para o UOL
11/08/2023 10h49
Adelso dos Santos de Almeida Junior, 21, o MC Juninho do BC, postou um novo vídeo pedindo desculpas após cantar uma música debochando da morte de um PM da Rota no Guarujá, litoral de São Paulo. A canção, compartilhada nas redes sociais, resultou em sua prisão por apologia ao crime e associação ao tráfico de drogas.
O que se sabe:
Dias depois do PM Patrick Bastos Reis ter sido morto a tiros durante uma operação da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), MC Juninho do BC postou uma música onde debocha da operação e da morte do soldado.
O soldado Patrick e um colega foram baleados na comunidade da Vila Julia, no Guarujá, na noite do dia 27.
Após a repercussão da música e sua prisão, ontem o MC postou um novo vídeo no qual pede desculpas pelo ocorrido.
"Não foi minha intenção causar tudo isso que eu causei. Estou arrependido de coração. Sou uma pessoa de bem, trabalho, sonho em ser MC", diz o jovem, no vídeo postado em suas redes sociais.
Ao final, aproveita para dar um "spoiler" de uma nova música que irá lançar.
"Está vindo música nova aí para quem curte o meu som", afirma, soltando uma "palhinha" da letra: "Estava num beco sem saída, desanimado. Sem apoio, sem ninguém do meu lado", canta no vídeo, avisando: "Vou soltar essa, rapaziada".
O vídeo do deboche
O MC foi detido no dia 3 por apologia ao crime e depois indiciado por associação ao tráfico. Sua defesa alegou que ele estaria "embriagado". Com a prisão em flagrante relaxada, ele foi solto no mesmo dia.
"Eu troco tiro com a Baep e é sem medo de morrer. Aqui é o [nome da fação]. Eu sou do crime organizado. Pode descer lá, Rota da capital de São Paulo", canta MC Juninho em parte da letra.
Em seguida, ele faz uma referência à arma encontrada pela polícia no local do crime, uma pistola 9 milímetros: "Os 'menor' cheio de ódio com a 9 na cintura. Eu tava no horário. Do nada vira a viatura. Trocaria do c?".
Ao final, ele debocha da morte do soldado PM: "Eu vou contar pra vocês, nós mandamos um montão. Baleamos. Um ficou f... e o que 'deitou' foi o Reis".
O advogado de defesa do suspeito, Silvano José de Almeida, afirmou ao UOL logo após a prisão que nada havia sido encontrado na casa do MC durante a ação de busca e apreensão. E ressalvou que não haveria qualquer elemento fático, qualquer situação que pudesse dar a entender que MC Juninho tivesse associação ao tráfico.
Operação Escudo
A morte do soldado resultou numa reação da Polícia Militar, que deflagrou na Baixada Santista a Operação Escudo, que já prendeu 246 pessoas, entre elas 90 foragidos da Justiça.
Os três envolvidos na morte do policial foram presos e indiciados pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e associação ao tráfico de drogas.