Corpo em mala: suspeito é denunciado por morte motivada por homofobia no PR
O Ministério Público do Paraná denunciou o suspeito de ter matado o servidor Ronieverson Pedrozo Lopes por homicídio triplamente qualificado motivado por homofobia. O crime foi cometido durante um encontro íntimo.
O que aconteceu:
Na denúncia, o MP-PR diz que o crime foi praticado por Lucas Mateus da Cunha, de 21 anos, por motivo torpe consistente na homofobia. "Eis que o denunciado praticou o homicídio imbuído pelo sentimento de aversão odiosa à orientação sexual e identidade de gênero de [...], homem gay que lhe despertava desejos sexuais."
A vítima, de 36 anos, foi morta a marteladas e colocada em uma mala. O corpo do homem foi enterrado em Piraquara (PR), a cerca de 28 quilômetros de Curitiba. A decisão do MP-PR foi divulgada nesta sexta-feira (1º).
Além da qualificadora de motivo torpe - por homofobia - o MP-PR sustenta que o crime foi executado com meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Após o crime, o suspeito limpou a casa e saiu no carro da vítima com o corpo em uma mala.
Ronieverson foi morto no dia 17 de agosto após ir à casa de Lucas. Ele o conheceu em um aplicativo de relacionamento.
Segundo a promotoria, o denunciado é casado com uma mulher, mas escondia dela que costumava manter relações íntimas com homens, a partir de aplicativos de celular. Em uma dessas situações, conheceu a vítima e passou a manter contato com ele, marcando um encontro na casa em que vivia com a esposa.
Relembre o caso:
Ronieverson Pedroso Lopes, 36, estava desaparecido desde o dia 17 de agosto, por volta das 17h, após sair com o seu carro das proximidades do seu trabalho em Curitiba. "Ele saiu muito agitado após algumas ligações/mensagem no WhatsApp", informou a irmã dele.
O suspeito do crime foi preso em flagrante em Curitiba, segundo a Polícia Civil do Paraná.
Ele admitiu aos policiais civis que se encontrou com a vítima na própria residência. No dia do crime, a vítima e o jovem discutiram e o suspeito teria desferido diversos golpes de martelo contra Ronieverson. "Após ter desferido os golpes, o indivíduo colocou o corpo da vítima em uma mala e transportou até um local próximo da residência, onde abandonou o carro com o corpo. No dia seguinte, voltou ao local e conduziu o veículo até uma região de mata, deixando a mala", disse a delegada Iara Dechiche.
A investigação ainda apontou que o veículo da vítima foi vendido por um aplicativo de mensagens após a morte. O suspeito foi autuado por homicídio e ocultação de cadáver.
Ronieverson era servidor do Hemepar (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná) de Curitiba, órgão da SESA (Secretaria de Estado de Saúde). Ele atuava como promotor de saúde, segundo consulta da reportagem ao Portal da Transparência do estado.
A irmã de Ronieverson divulgou nas redes sociais que o corpo havia sido encontrado. "Não estamos em condições de falar com ninguém. Agradeço as divulgações e orações."
A página do Hemepar lamentou a morte do funcionário em postagem no Instagram e exaltou o trabalho desempenhado pelo homem.
Hoje o dia amanheceu triste. Desde o dia 17/08/23 estávamos apreensivos com seu desaparecimento, mas hoje a confirmação da notícia que não queríamos receber. Nosso amigo foi encontrado sem vida. Vamos lembrar dos dias bons, as trocas de ideias, as melhorias que tivemos com seu convívio. O Hemepar está em luto. Só nos resta a saudade e as boas lembranças. Que Deus o receba em seus braços. Grande amigo, parceiro. Força a todos os que o amam.
Hemepar, no Instagram
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