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Servidora do Judiciário é presa após desviar cerca de R$ 2,5 milhões em SP

A servidora Eliana Vita de Oliveira era escrevente-chefe no Departamento de Inquéritos Policiais da Justiça de São Paulo Imagem: Reprodução/TV Globo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/09/2023 00h03

Uma funcionária pública do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) foi presa pela Polícia Civil por suspeita de arquitetar um golpe e desviar mais de R$ 2 milhões. A reportagem foi ao ar no Fantástico, da TV Globo.

O que aconteceu

Eliana Vita de Oliveira era escrevente-chefe no Departamento de Inquéritos Policiais da Justiça de São Paulo e tinha acesso aos processos arquivados do departamento, mostrou a emissora. Nos processos, havia recursos provenientes de apreensões de dinheiro de criminosos pela polícia, que iam para contas judiciais em nome do tribunal.

O recurso ficava à espera da decisão de um juiz, mas Eliana teria desviado quantias para o próprio bolso e de outros cinco cúmplices, entre vizinhos e parentes. Eles recebiam de 5% a 10% do valor desviado das contas judiciais.

Ela escolhia um processo para fraudar, em que o dinheiro apreendido ainda estivesse numa conta da Justiça. Depois, preparava a falsificação de documentos e elaborava e emitia guias falsas - que eram ordens de saque e serviam para desviar recursos dessas contas.

No primeiro momento, os juízes não perceberam que se tratava de um golpe e autorizaram os saques. Por estar há 31 anos no serviço público e ser funcionária de carreira do Poder Judiciário, ela era considerada uma pessoa de "extrema confiança".

Ela manipulava os dados do sistema informatizado do tribunal, alterando o nome dos beneficiários dos ofícios ou alvarás de liberação das quantias. O juiz não tinha condição de verificar e até pela confiança que era depositada nela, essa alteração era bem-sucedida. Patrícia Alves Cruz, juíza corregedora do Departamento de Inquéritos Policiais da Capital

O promotor de justiça Juliano Atoji disse que o valor total dos desvios podem passar de R$ 2,5 milhões. O montante desviado iria para o Fundo Nacional Antidrogas e ao Fundo Penitenciário.

O promotor relatou que Eliana comprou ouro, veículos e adquiriu imóveis, entre eles, uma cobertura no Guarujá, no litoral paulista.

A polícia afirma que ela teria confessado o crime, mas o advogado de Eliana, Marcelo Rigonato, disse à TV Globo que ela não confirma os desvios. "Ela vai falar no momento oportuno a respeito dessa situação. Se houver uma chance de provar que eles são inocentes, a defesa agarrará essa chance e utilizará ela para provar isso".

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