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Morta após lipo, advogada de MC Poze reclamou de falta de ar e dor no peito

Silvia de Oliveira Martins, 40, passou por uma lipoaspiração na última sexta-feira, dia 15. Imagem: Arquivo Pessoal

Daniele Dutra

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro 

22/09/2023 09h34

A família da advogada de Mc Poze, morta após fazer uma lipoaspiração com a cirurgiã Geysa Leal Corrêa, acredita que ela tenha sido vítima de erro médico, após um resultado de infecção apontado nos exames pré-operatórios. A Polícia Civil investiga o caso.

Silvia de Oliveira Martins, 40, passou por uma lipoaspiração na última sexta-feira (15). A advogada já conhecia Geysa e essa seria sua segunda lipo com a médica. Silvia teve alta no sábado, dia 16.

"Pelo resultado dos exames, tinha parâmetros de uma infecção que, a meu ver, deveria ser considerada pela médica e não foi. Silvia teve embolia pulmonar. Vamos apurar outras causas, mas precisamos esperar o laudo. Mas sem dúvida nenhuma, foi erro médico", afirma a cunhada e amiga Adriana Massena, 46, ao UOL.

Adriana é técnica de enfermagem intensivista e emergenciais. Assim que chegou do plantão, ligou para Silvia para ver como estava após a cirurgia. Ela estava bem e disse que o filho tinha ido comprar os remédios passados pela médica.

Após 20 minutos, ela começou a se sentir mal e ligou para cunhada, em busca de orientações.

Cunha, estou com muita falta de ar e dor no peito. Deve ser gases, né?" Foi isso que ela me disse no telefone. Imediatamente, eu disse para ela correr para o hospital, pelo amor de Deus. Sei como são os sintomas, ainda mais num paciente pós-cirúrgico. Adriana Massena, cunhada.

Silvia levou 10 minutos de casa para o hospital Oeste D'Or, em Campo Grande, zona oeste do Rio. Ela foi atendida e a cunhada orientou que ela pedisse ao médico para fazer exames para verificar se ela estava fazendo um TEP (tromboembolismo pulmonar), doença desencadeada pelo alojamento de um ou mais êmbolos trombóticos na circulação pulmonar, que obstrui seu fluxo sanguíneo parcial ou totalmente, que pode levar à morte súbita.

Após ser avaliada pelos médicos, Silvia foi encaminhada para o CTI (Centro de Terapia Intensivo), com diagnóstico de embolia pulmonar.

"Nesse momento me senti impotente, porque a vida dela estava nas mãos de Deus. Pela manhã, no dia 17, veio a notícia do falecimento, fazendo das nossas vidas um pesadelo", afirma a cunhada.

A reportagem buscou um posicionamento do hospital, mas ainda não obteve resposta.

Foto 1: Adriana Massena e Silvia. Foto 2: Silvia e o filho de 21 anos Imagem: Arquivo Pessoal

Defesa nega negligência médica

Silvia era advogada criminalista e deixa um filho de 21 anos, que perdeu o pai ainda na infância.

Eles eram apaixonados um pelo outro, dividiam tudo. Ela era mãe, amiga, tudo para dele. Eu também perdi um pedaço de mim. Éramos muito ligadas. Dói muito ver meu sobrinho agora sem pai e mãe. Agora é lutar por justiça. Adriana Massena, cunhada.

O UOL procurou o advogado da médica, que lamentou o ocorrido, mas afirmou que a morte de Silvia não tem relação com a conduta de Geysa.

"Lamentamos muito o ocorrido, mas não há nexo de causalidade entre a intercorrência sofrida pela paciente e atuação da Dra. Geysa, que sempre agiu diligentemente, seguindo os padrões preconizado pela boa técnica, mas que infelizmente intercorrências cirúrgicas podem ocorrer", diz o advogado Lymark Kamaroff.

A nota também ressalta que "todas as pacientes da Dra. Geysa assinam um termo de consentimento livre e esclarecido para a possibilidade de ocorrer um evento adverso, que pode ser uma complicação ou intercorrência, conforme o presente caso. Que esta foi a terceira intervenção cirurgia na paciente Silvia, que já havia feito uma intervenção em 2019 e outra em 2020".

O UOL questionou sobre qual seria a terceira intervenção cirúrgica, mas o advogado não mencionou.

O advogado também afirma que "a paciente foi vitimada por uma fatalidade, que nada tem a ver com qualquer falha da profissional, mas que maiores detalhes só poderão ser fornecidos, quando tivermos mais informações sobre o caso".

O caso está sendo investigado pela 9ª DP, Catete, e segundo a Polícia Civil, diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.

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