Usada em guerra e abate helicópteros: as metralhadoras que sumiram em SP
Colaboração para o UOL*
16/10/2023 11h23
Na última semana, foi notado o sumiço de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo em Barueri, na Grande São Paulo. Entre elas, estão: 13 metralhadoras calibre .50 e oito calibre 7,62 mm.
Apesar de o Exército ter afirmado que as armas são "inservíveis" e que haviam sido recolhidas para manutenção, as polícias do estado trabalham para evitar que o caso tenha "consequências catastróficas".
Saiba mais sobre as armas que sumiram:
Calibre .50
A arma mede 1,68 m e pesa 38 kg. A munição do calibre .50 tem entre 14 e 15 cm de comprimento.
Dispara de 450 a 1,2 mil vezes por minuto, tendo uma precisão de alcance de 1,5 km, de acordo com informações do jornal O Globo.
É considerada uma arma pesada, que necessita de mais de uma pessoa para ser usada, diferente de fuzis e pistolas —que são armas leves. Por esse motivo, é usada fixada em um tripé e tem capacidade de perfurar carros-fortes e alcance suficiente para abater helicópteros.
Arma de guerra. Normalmente, é usada para fazer proteção de uma área ou em torres de carros de combate. É uma arma de guerra, típica de Forças Armadas usada na proteção de países —por isso, não é usada na segurança pública. Segundo o site do Exército Brasileiro, a metralhadora pesada .50 "é utilizada na defesa aproximada de instalações e posições militares, sendo essencial à operacionalidade em combate."
Útil para grupos criminosos. Metralhadoras calibre .50 são equipamentos de alto interesse de grupos criminosos organizados, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que é conhecido por "alugar" armas de alto calibre para assaltos a carros-fortes, transportadoras e agências bancárias.
Outras apreensões. Em julho de 2016, uma metralhadora semelhante foi usada para assassinar o traficante Jorge Rafaat dentro de seu carro blindado, em Pedro Juan Caballero, cidade do Paraguai que faz fronteira com Ponta Porã (MS). Já em setembro de 2018, a Polícia Civil apreendeu uma metralhadora de calibre .50 que estava sendo negociada por traficantes do Rio de Janeiro.
Calibre 7,62 mm
É considerado um fuzil automático leve (FAL) e é adotado pelo Exército como armamento padrão de combate desde a década de 1960.
"Alta precisão". "O FAL utiliza a munição 7,62x51mm NATO, que concede ao armamento uma alta precisão no engajamento dos alvos e grande letalidade", descreve um estudo da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Rio.
Substituta do calibre 5,56 mm. A análise acrescenta que, a partir de 2017, teve início uma substituição gradual do FAL por um armamento de calibre 5,56 mm.
Opção mais comum. O calibre 7,62 mm é uma das escolhas mais populares dos fabricantes de munições devido à boa relação entre o peso e a velocidade da bala.
*Com Agência Estado e reportagem publicada em 20/09/2018