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Jovem apontado como autor de ataque relatou agressão à polícia há 6 meses

Do UOL, em São Paulo

23/10/2023 13h38Atualizada em 23/10/2023 18h30

A mãe do adolescente apontado pela polícia como autor do ataque a tiros hoje em uma escola na zona leste de São Paulo registrou ocorrência por lesão corporal e ameaça ao filho há seis meses. No documento, ela aparece como representante e o jovem, como vítima. Uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas nesta manhã

O que aconteceu

A mulher registrou a ocorrência no dia 24 de abril deste ano relatando episódios de agressão contra o filho na Escola Estadual Sapopemba, onde ocorreu o ataque a tiros. Segundo o relato, feito no 69º Distrito Policial (Teotônio Vilela), o adolescente também foi agredido em um evento no bairro da Liberdade, região central de São Paulo, e estaria sendo alvo de ameaças pela internet.

Procurada, a Secretaria Estadual da Educação disse que irá apurar o caso. Assim que houver um posicionamento, ele será incluído neste texto.

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Um vídeo ao qual o UOL teve acesso gravado pelos próprios alunos mostra o jovem sendo agredido dentro de sala de aula. Segundo o depoimento, o atirador tinha muitos seguidores em uma rede social e parte dos ataques teriam como motivação a busca por status na internet.

As agressões sofridas pela vítima se generalizaram na internet e foi perseguido que os agressores ganharam muitos seguidores. A vítima teme pela sua integridade física e que as ameaças se espalhem,
Trecho do boletim de ocorrência

Após o registro da ocorrência, foi requisitado exame no IML para que as agressões pudessem ser confirmadas. A mãe do adolescente disse ter procurado o Conselho Tutelar e a diretoria da escola para relatar os fatos.

O que se sabe

Aluno da escola, o adolescente é apontado pela polícia como o autor dos disparos que mataram uma aluna e deixaram outras duas feridas. Ele usou uma arma pertencente ao seu pai, que é legalizada. O adolescente foi apreendido logo após cometer o crime.

Todas as vítimas baleadas são mulheres. Uma delas foi atingida na cabeça e não resistiu aos ferimentos. As outras duas têm quadro estável e não correm risco de morte. As informações foram passadas pela PM ao UOL.

A reportagem teve acesso a um vídeo em que o atirador aparece disparando à queima-roupa contra a cabeça da vítima que morreu quando ela descia as escadas da escola. A menina tinha 17 anos.

Uma das vítimas que sobreviveu foi atingida no tórax e a outra, na clavícula. Elas foram encaminhadas ao pronto-socorro de Sapopemba. Uma quarta vítima se feriu durante a fuga após o ataque, segundo informações do Governo de São Paulo.

O que dizem as autoridades

Por meio de nota, o governo de São Paulo disse que "a prioridade nesse momento é o atendimento às vítimas e o apoio psicológico aos alunos, profissionais de educação e familiares". "O Governo de SP lamenta profundamente e se solidariza com as famílias das vítimas", diz o texto.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) falou sobre o caso em sua conta no X (antigo Twitter). "Estamos consternados com mais um terrível ataque nas nossas escolas (...). Nesse momento, a prioridade é apoiar os estudantes, professores e familiares. Toda minha solidariedade às famílias e a todos os afetados neste triste episódio", escreveu.

Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo, também se posicionou pela rede social. "Momento de profunda tristeza com a morte de uma adolescente e outros dois feridos na Escola Estadual Sapopemba. Mobilizamos todos os nossos esforços para dar o apoio necessário à comunidade escolar que vive esse dia de luto."

Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, disse que o governo federal foi acionado para ajudar nas investigações por meio da sua conta no X. "Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça foi acionado para auxiliar a Polícia de São Paulo a aprofundar as investigações", disse.

Policiais militares em frente à Escola Estadual Sapopemba Imagem: Peter Leone/O Fotográfico/Estadão Conteúdo

Ataques contra escolas

Esse é o 11º ataque em escolas do Brasil em 2023. Pelo menos cinco deles deixaram pessoas mortas.

Na capital paulista, a professora de uma escola estadual foi morta por um estudante de 13 anos no bairro da Vila Sônia, zona oeste da capital. Em Poços de Caldas (MG), um ex-aluno matou um adolescente a facadas. Em Blumenau (SC), o ataque com uma machadinha ocorreu em uma creche e matou quatro crianças entre 5 e 7 anos. Já em Cambé (PR), dois adolescentes morreram.

Em abril, o governo federal anunciou investimento de R$ 3 bilhões para combater ataques em escolas. A ideia é que o dinheiro seja revertido em projetos de incentivo à paz nas unidades de ensino, de desenvolvimento psicológico, além da infraestrutura.

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