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Ataque a tiros em escola de SP deixa uma estudante morta e duas feridas

Uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas após um ataque com arma de fogo em uma escola em Sapopemba, na zona leste de São Paulo, na manhã de hoje.

O que aconteceu

Um aluno de 16 anos é apontado pela polícia o autor do ataque à Escola Estadual Sapopemba. Ele foi apreendido pela polícia no local e levado ao 70º DP.

Ele cursa o primeiro ano do ensino médio e estava usando o uniforme da escola. A arma pertencia ao pai dele e era legal, apurou a reportagem.

Todas as vítimas baleadas são mulheres. Uma delas foi atingida na cabeça e não resistiu aos ferimentos. As outras duas têm quadro estável e não correm risco de morte. As informações foram passadas pela PM ao UOL.

A reportagem teve acesso a um vídeo que mostra o atirador disparando à queima-roupa contra a cabeça da colega, que descia as escadas da escola. Ela tinha 17 anos.

Em outro vídeo, ele entra em uma sala de aula atirando. Ele parece mirar na cabeça de uma aluna, mas erra o disparo —o primeiro disparo desloca os cabelos dela. O atirador caminha pela sala com a arma em punho, enquanto os alunos correm para sair de lá.

Não é possível saber quantos tiros ele deu no local. Em algum momento, ele chega a apontar a arma para alguns alunos, mas não atira.

Uma das vítimas que sobreviveu foi atingida no tórax e a outra, na clavícula. Elas foram encaminhadas ao pronto-socorro de Sapopemba. Uma quarta vítima se feriu durante a fuga após o ataque, segundo o governo de São Paulo.

O jovem apontado como o atirador alegou ter sofrido agressões e ameaças de outros alunos, em ocorrência registrada em abril deste ano.

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Viatura da PM na Escola Estadual Sapopemba, onde um aluno cometeu um ataque
Viatura da PM na Escola Estadual Sapopemba, onde um aluno cometeu um ataque Imagem: Peter Leone/O Fotográfico/Estadão Conteúdo

Jovem fazia ameaças há semanas, dizem alunos

O adolescente suspeito de cometer o ataque sofria bullying e avisava "havia semanas" que praticaria um atentado contra seus agressores, segundo dois alunos com quem o UOL conversou.

Os estudantes ouvidos pela reportagem contam que ele era perseguido por colegas e que constantemente apanhava.

"Ele brigava muito na escola", afirmou um aluno de 16 anos que estava na escola no momento dos tiros. "Ele avisou há semanas. Ele falava que ia atacar a escola e ninguém fez nada."

Todo mundo sabia, a diretora também
Regina Bezerra, é mãe de um aluno

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Ela disse conhecer o atirador e a mãe dele. "Fui eu quem foi na casa dela avisar que o filho dela estava atirando em todo mundo na escola."

O UOL procurou a Secretaria Estadual de Educação para comentar as declarações de alunos e pais, mas ainda não obteve resposta.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que as ações do governo estadual precisam ser revistas para que novos ataques a escolas não voltem a acontecer.

Ele citou a possibilidade de que houve falhas nos protocolos de segurança e ressaltou a necessidade de "pensar no futuro da rede".

Mural de Paulo Freire na Escola Estadual Sapopemba
Mural de Paulo Freire na Escola Estadual Sapopemba Imagem: Peter Leone/O Fotográfico/Estadão Conteúdo

O que dizem as autoridades

Por meio de nota, o governo de São Paulo disse que "a prioridade nesse momento é o atendimento às vítimas e o apoio psicológico aos alunos, profissionais de educação e familiares". "O Governo de SP lamenta profundamente e se solidariza com as famílias das vítimas", diz o texto.

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Tarcísio de Freitas falou sobre o caso em sua conta no X (antigo Twitter). "Estamos consternados com mais um terrível ataque nas nossas escolas (...). Nesse momento, a prioridade é apoiar os estudantes, professores e familiares. Toda minha solidariedade às famílias e a todos os afetados neste triste episódio", escreveu.

Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo, também se posicionou pela rede social. "Momento de profunda tristeza com a morte de uma adolescente e outros dois feridos na Escola Estadual Sapopemba. Mobilizamos todos os nossos esforços para dar o apoio necessário à comunidade escolar que vive esse dia de luto."

Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, disse que o governo federal foi acionado para ajudar nas investigações por meio da sua conta no X. "Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça foi acionado para auxiliar a Polícia de São Paulo a aprofundar as investigações", disse.

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Policiais militares em frente à Escola Estadual Sapopemba
Policiais militares em frente à Escola Estadual Sapopemba Imagem: Peter Leone/O Fotográfico/Estadão Conteúdo

Ataques contra escolas

Esse é o 11º ataque em escolas do Brasil em 2023. Pelo menos cinco deles deixaram pessoas mortas.

Na capital paulista, a professora de uma escola estadual foi morta por um estudante de 13 anos no bairro da Vila Sônia, zona oeste da capital. Em Poços de Caldas (MG), um ex-aluno matou um adolescente a facadas. Em Blumenau (SC), o ataque com uma machadinha ocorreu em uma creche e matou quatro crianças entre 5 e 7 anos. Já em Cambé (PR), dois adolescentes morreram.

Em abril, o governo federal anunciou um investimento de R$ 3 bilhões para combater os ataques em escolas. A ideia é que o dinheiro seja revertido em projetos de incentivo à paz nas escolas, de desenvolvimento psicológico, além da infraestrutura.

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