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Jovem relata agressões de seguranças da CPTM: '18 segundos levando choque'

Do UOL, em São Paulo

30/11/2023 16h32Atualizada em 30/11/2023 17h18

Um jovem de 23 anos relatou ter sido agredido por seguranças da CPTM na estação Perus, em São Paulo, na manhã de quarta-feira (29). Em vídeo publicado nas redes sociais, é possível ver os agentes imobilizando a vítima e usando armas de choque.

O que aconteceu

Jovem diz ter tentado carregar o bilhete, mas não conseguiu. Ao "Encontro", da TV Globo, João Victor Ramos Viana contou que tentou recarregar seu Bilhete Único em uma máquina na estação Perus, mas o sistema não funcionou. Ele recebe vale-transporte da empresa onde trabalha e, todos os meses, precisa recarregar o bilhete para poder usar o transporte público.

"Eu não tinha o dinheiro para [comprar outra] passagem", relatou. Com o bilhete descarregado e sem dinheiro físico para outra passagem, João Victor diz ter pedido a um funcionário da CPTM que liberasse sua entrada. "Esse episódio já aconteceu comigo outras vezes e o procedimento do funcionário foi me deixar passar pela lateral da catraca", lembra. "Mas, dessa vez, não deixaram".

Ao ver o trem se aproximando, João Victor decidiu pular a catraca. "Quando eu vi o trem chegando na plataforma, eu falei: 'Licença, eu sei que eu tenho direito de embarcar'. Então, eu realmente invadi e fui em direção ao trem", contou. "Dois policiais ferroviários me puxaram pela mochila e me pegaram ali num golpe de jiu-jítsu".

Quando as agressões começaram, esposa da vítima começou a gravar. No vídeo, é possível ouvir sua mulher dizendo: "Aqui, ó, agredindo um trabalhador. (...) Dando choque em trabalhador". Depois, João Victor pede diversas vezes para que os dois seguranças o soltem — o que só aconteceu após a chegada de um terceiro agente.

Na hora, não entendi que aquilo era um choque. Eu pensava que estava levando uma facada. (...) O vídeo tem 42 segundos. Foram 18 segundos levando choque.
João Victor, ao "Encontro"

O que diz a CPTM

CPTM confirmou que jovem pulou a catraca após não conseguir carregar o bilhete. Segundo a CPTM, furar o bloqueio sem pagar a passagem é considerado "infração por evasão de renda". "O passageiro reagiu à abordagem, sendo necessário uso de força para contê-lo", disse a companhia em nota ao UOL.

Falha nas máquinas de recarga foi registrada às 7h48. As agressões contra João Victor aconteceram pouco depois, por volta das 8h20. A responsável pela administração e fiscalização dos sistemas do Bilhete Único é a AutoPass, ainda de acordo com a CPTM. O UOL tenta contato com a empresa.

A CPTM lamenta o ocorrido e informa que está apurando os fatos seguintes à abordagem. A companhia reitera que não tolera nenhum tipo de violência contra vida nos trens e estações, seja por parte de seus colaboradores ou de passageiros que utilizam o sistema.
CPTM, em nota ao UOL

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