Caseiro é suspeito de matar chef e esposa na BA por vingança, diz polícia
08/12/2023 18h33Atualizada em 08/12/2023 18h52
Um homem que trabalhou como caseiro é suspeito de matar o chef David Peregrina Capó, 53, e a esposa dele, Érica da Silva Santos, 38, em Porto Seguro (BA). O crime foi motivado por vingança, segundo a polícia.
O que se sabe
Polícia aponta caseiro como assassino do casal. O suspeito, cuja identidade não foi divulgada, já teve sua prisão temporária decretada pela Justiça. A 1ª Delegacia Territorial de Porto Seguro deflagrou uma operação hoje para apurar as mortes, que aconteceram na região da Ilha dos Ribeirinhos, em 23 de novembro.
Crime foi motivado por vingança, segundo investigações. O filho do caseiro se apresentou hoje à delegacia, onde está preso temporariamente. Ele é investigado por participação no duplo homicídio.
Caseiro já estava sendo procurado por tráfico de drogas. Ele é considerado foragido e ainda não apresentou advogado, de acordo com a Folha de S.Paulo.
Contexto
Chef e esposa foram encontrados mortos em 24 de novembro. Os corpos estavam às margens do rio Buranhém, com perfurações por arma de fogo. David Peregrina Capó e Érica da Silva Santos eram donos de um restaurante na região da Ilha dos Ribeirinhos, conhecida pela localização privilegiada e pelo acesso exclusivo por embarcação.
Capó teve problemas com a Justiça da Espanha há mais de dez anos. Segundo o jornal El Mundo, ele foi condenado por fraude, apropriação indébita e falsificação de documentos. Dois mandados de busca e apreensão chegaram a ser emitidos contra o chef em 2012. Capó é espanhol, nascido em Maiorca, e fugiu para o Brasil após o caso.
Ele foi um dos 28 acusados em escândalo de mais de R$ 10 milhões. Capó participou de um esquema de falsos empréstimos imobiliários no banco Caja Rural, onde trabalhou como diretor de sucursal entre 2003 e 2004. O grupo foi acusado de desviar mais de 2 milhões de euros (cerca de R$ 10,6 milhões, pela cotação atual).
Esquema ficou conhecido como o caso das "hipotecas fantasmas". Jornais de Maiorca apontaram o chef como líder da organização criminosa e, logo depois, levantou-se a suspeita de que ele havia fugido para o Brasil. O julgamento do caso aconteceu apenas em 2012, ainda de acordo com o El Mundo.
Antes de vir ao Brasil, Capó ainda teve mais um trabalho em Maiorca. Após deixar a Caja Rural, o chef trabalhou por um "breve período" no setor de restauração na ilha espanhola, relatou o El Mundo. Logo depois, Capó fugiu para o Brasil, onde construiu uma nova vida e abriu um restaurante junto à esposa.