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Pescadores estiveram em mina horas antes de início de rompimento; veja

Bruno Fernandes

Colaboração para o UOL, de Maceió

10/12/2023 15h59Atualizada em 10/12/2023 19h10

Pescadores foram flagrados por câmeras de segurança na manhã deste domingo (10) navegando e andando perto da região da mina 18 da Braskem, em Maceió, horas antes do rompimento. A navegação na região está proibida desde o dia 29 de novembro.

O que aconteceu

Os pescadores foram flagrados no trecho da Lagoa Mundaú, mesmo com os avisos e demarcações feitos pela Marinha. Devido à proximidade da mina ameaçada de desabar, o local é considerado de risco.

Nas imagens, dois homens são vistos na área, um em uma canoa. Não se sabe se estavam em busca de peixes e mariscos.

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A Braskem informou que um drone equipado com tecnologia de som foi enviado ao local e emitiu um alerta para que as pessoas saíssem imediatamente da área de risco. Ao ouvirem o alerta, elas deixaram o local. A empresa diz também que comunicou o fato à Defesa Civil de Maceió e à Capitania dos Portos.

Mina continua afundando

Em novo boletim divulgado na manhã deste domingo (10), a Defesa Civil informou que o afundamento do solo na região chegou a 12,5 centímetros nas últimas 24 horas. O deslocamento total é de 2,35 metros.

A velocidade vertical é de 0,52 cm por hora. No boletim anterior, divulgado às 17h do sábado (09), a velocidade chegou a 0,54 cm/h. A aceleração e a desaceleração do afundamento são constantes, o que, segundo a Defesa Civil, é natural porque o solo está se acomodando.

Entenda o caso

O afundamento do solo acontece em área onde houve extração de sal-gema, cloreto de sódio usado para produzir soda cáustica e PVC. A exploração de sal-gema na área começou na década de 1970 e foi encerrada em 2019 — no total, são 35 minas.

Maceió decretou estado de emergência na semana passada, depois que o afundamento do solo acelerou. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), permitiu que a capital alagoana faça um empréstimo de US$ 40 milhões.

A petroquímica nunca assumiu oficialmente a responsabilidade pelo afundamento do solo na área onde ficam as minas. Apesar disso, pagou R$ 9,2 bilhões desde 2020 como compensação financeira em decorrência de um acordo de desocupação de áreas de risco. E já foi multada 20 vezes pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas.

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