Marido de mulher que morreu envenenada recusou doce por ter diabetes
Pedro Vilas Boas
Do UOL, em São Paulo
28/12/2023 19h27Atualizada em 28/12/2023 19h46
A advogada Amanda Partata, suspeita de matar o ex-sogro e a mãe dele em Goiânia (GO) com doces envenenados, poderia ter feito mais uma vítima. É que ela também ofereceu a sobremesa para João Alves, 81, marido de Luzia, 86, mas ele recusou por ter diabetes.
O que aconteceu
O advogado Gustavo Nicoli representa a família das vítimas no processo e é primo do ex-namorado da suspeita.
Ele disse ao UOL que Amanda ainda teria oferecido o doce de pote para um irmão do ex-sogro, mas ele também recusou.
"Deus tirando ele da morte", disse o advogado da família.
Substância em doce
A Polícia Científica de Goiás divulgou ontem laudo sobre o envenenamento. O documento aponta que a substância usada pela advogada Amanda Partata para matar o ex-sogro e a mãe dele foi colocada em doces de pote.
A substância foi encontrada em dois potes de doce, afirma o laudo. O alimento teria sido oferecido durante o café da manhã, e nem todos os potes colhidos no local estavam envenenados.
O nome do composto não foi divulgado por questões de segurança pública. A polícia explicou que a substância tem alta toxicidade e letalidade e que uma pequena quantidade é capaz de causar danos irreversíveis.
As duas vítimas tiveram envenenamento agudo. No início, mãe e filho apresentaram diarreia, náuseas e vômitos intensos. O quadro se agravou e os dois tiveram confusão mental.
Relembre o caso
A advogada é apontada pela Polícia Civil como a responsável por envenenar o ex-sogro, Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Alves, de 86. Ela teria se sentido rejeitada após o filho de Leonardo terminar a relação, que teria durado cerca de dois meses.
Amanda Partata está presa e foi indiciada por duplo homicídio qualificado, por motivo torpe, com a qualificadora de envenenamento.
A polícia ainda apura se ela será denunciada por tentativa de homicídio no caso do avô do ex-namorado. Ele estava no local, mas não ingeriu os alimentos que a acusada levou.
A Polícia Civil marcou uma coletiva de imprensa para amanhã, quando deve divulgar novos detalhes sobre o caso.