Conteúdo publicado há 4 meses

Vídeo mostra suspeita de envenenar ex-sogro e mãe dele comprando alimentos

Imagens obtidas pelo UOL mostram a advogada suspeita de matar envenenados o ex-sogro e a avó do seu ex-namorado comprando alimentos em um empório de Goiânia (GO) antes de visitá-los.

O que aconteceu

Imagens registraram a advogada comprando diferentes itens no empório. Ela passa os alimentos no caixa e deixa o estabelecimento com ao menos três sacolas e um vaso de planta na manhã do domingo (17), no Setor Marista. Amanda Partata Mortoza é apontada pela Polícia Civil como a suspeita de envenenar o ex-sogro, Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Alves, de 86.

Amanda comprou vários itens no estabelecimento. Entre os alimentos, estavam biscoito e pão de queijo, suco de uva e bolos no pote. Ela voltou para o hotel onde estava hospedada e depois foi para a casa das vítimas levando os alimentos, ficando por volta de três horas na residência.

Mulher foi para Goiânia na quinta-feira (14) e teve os passos rastreados pela polícia. Ela foi a uma consulta médica na quinta na cidade e, no dia seguinte (sexta; 15), comprou algumas roupas em uma loja, segundo o delegado Carlos Alfama, em entrevista coletiva. Câmeras de segurança mostraram a mulher andando na área do provador de roupas do estabelecimento. No sábado (16), ela não saiu do hotel. No domingo (17), ela foi até a casa das vítimas pela manhã.

Perícia criminal ainda apura substâncias que teriam provocado as mortes. Apesar da coleta de alimentos que estavam na residência das vítimas, incluindo o suco de uva, ainda há possibilidade que o envenenamento tenha ocorrido por outra via que não alguma daquelas comidas coletadas pela perícia, disse Olegário Augusto, da Polícia Científica. Mais de 300 pesticidas são procurados dentro dos itens.

Relação com a família e motivação do crime

Para a polícia, a motivação do crime seria "o sentimento de rejeição que Amanda teve no relacionamento". No total, a suspeita e o filho da vítima namoraram por 45 dias, quando a relação chegou ao fim, em 3 de agosto. Após o término, o filho de Leonardo chegou a pedir que ela mantivesse menos contato com seus familiares, porque se sentia "incomodado".

Suspeita mantinha boa relação com a família do ex-namorado, mas eles não sabiam que ela não estava mais grávida. Segundo o delegado, já está "verificado que ela não está grávida há algum tempo", embora diga que "ainda" está à espera do filho e "finja vômito por enjoo". A polícia investiga se em algum momento Amanda de fato esteve gestante do ex-namorado, porque há "indícios" de que os exames apresentados "foram falsificados".

A advogada também nunca aceitou o fim do relacionamento. Em agosto, ela já ameaçava o ex-namorado e seus familiares. As informações foram comunicadas pela Polícia Civil de Goiás.

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Amanda Partata deve ser indiciada por duplo homicídio qualificado, por motivo torpe, com a qualificadora de envenenamento. A polícia ainda averigua se ela será denunciada por tentativa de homicídio no caso do avô do ex-namorado, que estava no local, mas não ingeriu os alimentos que a suspeita levou.

Durante o interrogatório, a advogada negou que tenha cometido o crime e afirmou "amar a família". Ela também negou a criação de perfis falsos, mas não liberou acesso ao seu aparelho celular que está bloqueado. "Ela nega um fato que é conhecido e provado no inquérito", disse o delegado sobre as ameaças feitas ao ex-namorado.

A Justiça de Goiás determinou que a advogada deve permanecer presa. O juiz exigiu que Amanda seja colocada em uma cela separada. A mulher disse que foi agredida durante a sua prisão. Ele também recomendou que seja feita uma avaliação médica e psicológica na investigada.

Doceria não teve relação com mortes

A doceria Perdomo Doces, marca de um dos itens comprados por Amanda, não teve qualquer envolvimento com as mortes. O estabelecimento passou por fiscalização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), do Procon-GO (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor do estado) e da Polícia Civil e foi comprovado se tratar de uma empresa regularizada e séria, que colaborou a todo momento com as investigações.

A empresária Mariana Perdomo se disse "aliviada" e agradeceu a quem confiou que sua empresa não tinha envolvimento no caso. "Agradeço profundamente pela confiança depositada e pelo compromisso inabalável com a verdade. A cada abraço, sorriso e olhar sincero, as respostas às orações se materializam. A responsabilidade é honrar cada gesto de apoio com excelência e transparência".

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