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Após ameaça de CPI, padre Julio nega participar de ONG ligada à prefeitura

Padre Julio Lancellotti atua diretamente com a população em situação de rua em São Paulo Imagem: Reprodução/Instagram

03/01/2024 17h08Atualizada em 04/01/2024 14h05

O padre Julio Lancellotti afirmou hoje (3) que não faz parte de nenhuma organização que tenha convênio com a Prefeitura, após ser anunciado como um dos alvos de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal de São Paulo. Os vereadores pretendem investigar o trabalho de ONGs na cracolândia.

O que aconteceu

Padre Julio reagiu à possível aprovação da CPI das ONGs. Em nota publicada nas redes sociais, o pároco diz que sua atuação com a população em situação de rua e dependentes químicos não depende de convênio com o município.

O pároco é coordenador da Pastoral do Povo de Rua, ligada à Arquidiocese de São Paulo. Lancellotti também declara que o seu trabalho com esse público ação não tem vínculo com as atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para a criação da CPI.

A comissão foi proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil). Um dos idealizadores do MBL (Movimento Brasil Livre), ele diz que o objetivo da CPI é investigar o trabalho de ONGs que atuam na região central de São Paulo, em especial a cracolândia. Nunes tem criticado nas redes sociais a atuação de padre Julio com as pessoas em situação de rua e dependentes químicos.

Esclareço que não pertenço a nenhuma organização da sociedade civil ou organização não governamental que utilize de convênio com o poder público municipal.

Padre Julio Lancelotti

Vereador busca antagonismo com padre

"Qual o problema de investigar?", pergunta autor do pedido de CPI. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o Nunes afirmou que a comissão investigará o trabalho do padre Julio Lancellotti e ONGs que atuam no Centro de São Paulo e recebem recursos públicos.

Vereador atribui expansão da cracolândia à ação de ONGs. Segundo Nunes, a atuação dos grupos é alvo de queixa dos moradores do Centro há tempos. Ele disse que a distribuição de cachimbos e outras ações de redução de danos são "estúpidas", porque fornecem itens que são trocados por drogas pelos dependentes químicos.

CPI só depende de ok dos vereadores para começar, diz Nunes. Ele protocolou o pedido de abertura da comissão no começo de dezembro com o apoio de 24 vereadores — seis a mais do que o necessário. Agora, o início dos trabalhos só depende da aprovação em plenário com 28 votos, que deve acontecer.

Fornecer cachimbo para o dependente químico é completamente estúpido, porque isso vira uma moeda que é trocada por mais droga e incentiva que as pessoas sigam na cracolândia. A oferta de tratamento médico qualificado é um caminho bem mais eficaz e interessante para resolver o problema.

Rubinho Nunes (União Brasil), vereador em São Paulo

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