Delegado é afastado suspeito de abusar sexualmente de modelo; ele nega
07/01/2024 11h29Atualizada em 07/01/2024 13h50
O delegado Kleyton Manoel Dias foi afastado da função após ser denunciado por supostamente ter abusado sexualmente de uma modelo em Goiânia (GO). Ela registrou o boletim de ocorrência. Ele nega o crime.
O que aconteceu
Kleyton vai atuar em uma unidade administrativa a partir de segunda-feira (8). A informação é da Polícia Civil de Goiás.
A modelo e participante de concursos de beleza Jade Fernandes afirma que o abuso aconteceu na madrugada de anteontem. Segundo a TV Anhanguera, que teve acesso ao boletim de ocorrência, ela teria ido a uma festa promovida por um jornalista em uma boate de Goiânia, e o delegado era um dos convidados.
O crime teria ocorrido após o delegado oferecer carona para Jade e uma amiga dela. Segundo relato de Jade à polícia, o delegado primeiro deixou a amiga, e então seguido em direção à casa da suposta vítima.
Ela afirma que, em um determinado momento, Kleyton a levou até o porta-malas do carro, onde teria ocorrido o abuso. Segundo a TV Anhanguera, imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que ela deixa o carro, completamente nua.
Modelo falou sobre o caso em rede social, mas o post não está mais público. No texto, Jade confirma que foi vítima de violência sexual e diz que teve medo de contar o que aconteceu. "Mas, gente, estava incentivando mulheres a fazerem isso no meu material logo cedo, e eu mesma não iria fazer? [...] Eu tive medo, vergonha de contar para alguém por ser taxada como mentirosa. Eu não queria que as pessoas me vissem como vítima."
O delegado divulgou uma nota à imprensa em que "repudia veementemente as acusações". Kleyton diz que ainda não foi ouvido no inquérito que investiga o caso e que provará sua inocência.
A Polícia Civil de Goiás informa que, "assim que tomou conhecimento do fato, adotou todas as medidas necessárias para seu esclarecimento". O caso está sendo investigado pela Delegacia da Mulher com auxílio e acompanhamento da Corregedoria.
"Estava dopada"
Um amigo que mora com a modelo disse que ela chegou em casa dopada e ferida. Ele chamou o Samu para encaminhá-la ao hospital, onde ela recebeu atendimento médico, conforme contou em entrevista à TV Anhanguera.
Segundo o homem, a amiga estava "muito dopada" e foi ameaçada pelo delegado. Na versão dele, o jornalista que organizou a festa teria desmotivado a mulher a denunciar o suposto crime pela "influência do delegado".
A modelo, que também usa as redes para falar sobre ser uma mulher trans, ainda disse que está bem, sob cuidados médicos e policiais. "Tudo será esclarecido!", escreveu.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.