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Morte e outros 6 internados: o que se sabe sobre intoxicados em churrasco

Os cinco hospitalizados foram socorridos na manhã de hoje por familiares para a Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio. Imagem: Reprodução/Google Maps

Maurício Businari

Colaboração para o UOL

17/01/2024 09h21

Os colegas de trabalho internados desde sábado (13), após uma churrascada de confraternização da firma em Patrocínio (MG) ainda não têm previsão de alta, segundo informações da Santa Casa de Misericórdia da cidade.

O que se sabe

Sete de 13 colegas de trabalho que participaram de um churrasco em uma fazenda no bairro de Serra Negra foram levados para a Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio, no sábado. Eles apresentaram sintomas como dores abdominais, mal-estar e náuseas. Um deles foi liberado no sábado mesmo, com um quadro leve.

Seis ficaram internados e um deles morreu logo após chegar à unidade: o vendedor Wagner Orlandeli Martin, 37. Quatro permaneceram na UTI e um ficou em observação na enfermaria.

Dois deles tiveram melhora e foram levados para a enfermaria do hospital. Um continua na UTI, em estado grave, e outro foi transferido para um hospital de Belo Horizonte.

Paciente está em ventilação mecânica, disse ontem (16) a gerente de enfermagem da Santa Casa, Ana Cristina Gonçalves. O que foi transferido para Belo Horizonte também estava muito debilitado e sua transferência foi uma exigência da família, para a realização de exames mais detalhados.

Os médicos trabalharam com a hipótese de intoxicação, lançaram mão de protocolos sobre níveis de toxicidade e chegaram a consultar a base de dados do Ministério da Saúde para tirar algumas dúvidas sobre o quadro de toxicidade dos pacientes. Apesar de dois deles terem saído da UTI, não há previsão de alta médica para nenhum deles.
Ana Cristina Gonçalves, gerente de enfermagem da Santa Casa de Patrocínio

Wagner Marin morreu por suspeita de intoxicação, durante festa de confraternização da empresa em que trabalhava em Patrocínio Imagem: 4folhasagro no Instagram

Melhora e alívio

Um dos pacientes que estava na UTI comemorou a melhora. Airton Franco Alves agradeceu nas redes sociais as mensagens de amigos e familiares. A esposa, Mariana Sousa, também celebrou a pronta recuperação do marido.

As irmãs e a mãe de Airton também postaram mensagens nas redes. "Meu maior presente de aniversário é saber que você está bem", disse Sandrielly Franco.

O susto foi grande, mas passou. Agora é se recuperar e ir para casa.
Sandranely Franco, mãe de Airton

A esposa de Wagner Orlandeli Martin, Monalisa Lellis Gonçalves, fez um post lamentando a morte do marido, em tom de despedida. Ela fala sobre os mais de 14 anos de convivência, o filho que tiveram juntos, sobre o filho e os desafios da vida sem o marido.

A vida passa diante dos nossos olhos. Não tive tempo de me despedir. Não tive tempo de te abraçar e te beijar pela última vez. Eu sempre te amarei, Wagner, sei que está nos braços do Pai e continuará cuidando de mim e do Heitor como sempre fez, não terá um dia sequer que não lembremos de você. Considero-me uma mulher de sorte por ter desfrutado 14 anos desta vida com você. Fizemos tantos planos e decidimos juntos que 2024 seria o nosso ano, que durou apenas 13 dias. Tínhamos tanto para viver, realizar, mas nossos planos não são os de Deus e só ele sabe o que faz.
Monalisa Lellis Gonçalves, esposa de Wagner Martin

Análise em laboratório

Os alimentos e bebidas consumidos pelas pessoas que participaram do churrasco de confraternização da firma e foram vítimas de intoxicação no sábado (13), em Minas Gerais, serão analisados em laboratório. O objetivo é descobrir o que causou a morte de Wagner Orlandeli Martin, 37, e a internação de outros seis colegas. Exames foram pedidos pela Secretaria de Saúde do município e pela polícia.

A perícia da Polícia Civil do município de Patrocínio coletou os materiais necessários. Foram recolhidas as bebidas alcoólicas consumidas no local e alimentos ingeridos pelas pessoas na confraternização. As testemunhas e demais pessoas que possam ter envolvimento com o caso serão ouvidas em cartório.

Este material está sendo encaminhado para Belo Horizonte para análise e com fim de averiguar a presença de eventuais agentes biológicos ou químicos que possam estar presentes nesses produtos alimentícios.
Patrícia Amaral, delegada de polícia de Patrocínio

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