Cubano suspeito de matar galerista nega crime: 'Me culparam; não fiz nada'
Do UOL*, em São Paulo
19/01/2024 22h54Atualizada em 19/01/2024 23h08
O cubano Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, suspeito de matar o galerista norte-americano Brent Sikkema, negou conhecer a vítima e ter cometido o crime ao chegar na delegacia na noite desta sexta-feira (19). O suspeito foi preso na madrugada de quinta (18) entre as cidades mineiras de Uberaba e Uberlândia.
O que aconteceu
Suspeito disse "não" ao ser questionado se matou galerista. Em resposta a jornalistas, Alejandro também respondeu "não" ao ser perguntado se conhecia o galerista anteriormente. Um vídeo com as respostas dadas após deixar a viatura escoltado por policiais foi veiculado pelo jornal O Globo.
"Me culparam. Porque não sei nada o que está acontecendo", diz suspeito. O homem também foi perguntado se foi encontrado sangue no carro e na casa ele, mas respondeu: "Não fiz nada. Eu não sei". Apesar de negar, a polícia acredita que Alejandro conhecia vítima, tendo encontrado o norte-americano em meados de 2023.
Alejandro foi trazido de Uberaba até o Rio. O suspeito e os agentes saíram da cidade mineira por volta das 9h40 desta sexta-feira (19). Ao todo, a viagem durou 11 horas.
Homem só deve prestar depoimento no sábado (20). A informação foi repassada pela delegacia ao jornal. A defesa do cubano não foi encontrada para pedido de posicionamento. O espaço está aberto para manifestação.
O que se sabe sobre o caso?
Brent, 75, foi morto com arma branca dentro da própria casa. O galerista foi encontrado na última segunda-feira (15) com sinais de perfurações: ao todo, foram 18 facadas no rosto e tórax.
Vídeo das câmeras de segurança mostrou suspeito saindo da casa da vítima. O homem foi gravado deixando o local e tirando luvas, que teriam sido utilizadas no assassinato. A suspeita da polícia é de que ele tenha contado com ajuda de comparsas, pois passou mais de 12 horas de campana na frente da casa até agir e saiu com reais e dólares da casa de Brent.
Suspeito foi preso em Minas Gerais. Ele foi detido na manhã de ontem (18) em um posto de combustíveis na BR-050, entre Uberaba e Uberlândia (MG), informou a Polícia Civil.
O cubano mora em São Paulo há um ano e meio e teria ido ao Rio de Janeiro somente para cometer o crime. Depois, ele voltou para SP, se desfez do carro usado no Rio, e comprou um veículo novo para fugir, informou o delegado responsável Alexandre Herdy. Alejandro não teria parentes no país.
Polícia acredita que o crime foi premeditado. "Foi uma ação premeditada e cruel. Ele esperou o melhor momento para entrar na casa da vítima. Não arrombou a porta. Ficou 15 minutos lá", afirmou o delegado Felipe Curi.
Agora, crime está sendo investigado pela polícia como latrocínio — roubo seguido de morte. O suspeito do crime roubou entre US$ 30 mil e US$ 40 mil (equivalente a R$ 197 mil), e mais R$ 30 mil. O homem também roubou joias e outros objetos da casa do galerista, segundo a polícia.
Brent tinha comprado um imóvel novo no Leblon, e usaria esse dinheiro em espécie para mobiliar a nova casa. Segundo a polícia, por isso ele tinha alta quantia em casa.
Polícia também vai investigar possível relação de crime com o ex-marido de Brent. O delegado Herdy disse que a polícia obteve a informação de que o suspeito preso conhecia o ex-marido da vítima, Daniel Carrera —que é cubano e mora em Nova York com o filho de 13 anos dos dois. "Sabendo que o autor preso também é cubano, obtivemos a informação de que o suspeito também conhecia o ex-marido da vítima. (...) Agora é concentrar no esforço de ouvir [Daniel, ex-marido de Brent], trazê-lo para cá primeiro, para que ele chegue aqui, seja ouvido. É uma diligência importante, resta saber como executar", disse o delegado, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (18).
Galerista e ex-marido passavam por uma separação conturbada, com brigas por divórcio milionário e pelo filho, mostrou o jornal Folha de S. Paulo.
*Com Estadão Conteúdo