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Escrito nas estrelas? Ela casou com o 'irmão de leite': 'Foi o destino'

À esquerda, Camille e Samuel quando bebês; à direita, casal nos dias de hoje Imagem: Arquivo pessoal

Juliana Almirante

Colaboração para o UOL

21/01/2024 04h00

A história de amor da estudante de odontologia Camille Oliveira e do seu marido, Samuel Teixeira, 21, viralizou no Tik Tok após ela postar uma foto atual do casal e outra deles juntos quando ainda eram bebês.

Ambos nasceram na cidade de Guanhães (MG), em 2002. Ela, no dia 23 de novembro e ele, em 19 de dezembro. Ao participar da trend "Indo para 2024 com a mesma pessoa de?", que vários casais aderiram nas redes sociais, ela brincou com o fato de terem sido "irmãos de leite".

'Irmãos de leite'

Ao UOL, Camille contou que isso aconteceu porque a mãe dela não tinha leite suficiente para amamentá-la. Por isso, ela recorreu a uma amiga que tinha acabado de ter um bebê. Assim, essa amiga amamentou a bebê que, no futuro, se tornaria sua nora.

Antes mesmo de estarem grávidas, (minha mãe e minha atual sogra) eram amigas. Elas engravidaram na mesma época e fizeram natação juntas quando estavam grávidas.
Camille Oliveira

A mãe de Samuel ajudou na amamentação de Camille nos seus primeiros meses de vida. No entanto, Camille e Samuel não cresceram juntos e não tiveram nenhuma convivência quando eram crianças.

"A minha mãe se mudou para São Paulo quando eu era um bebê e eu fiquei em Guanhães com minha vó", conta a estudante. Então, as mães de Camille e Samuel acabaram se afastando.

Além disso, Samuel se mudou para a cidade de Patos de Minas (MG) aos 12 anos. Já Camille continuou morando no município de Guanhães com a avó, a quem passou a chamar de "mãe". Aos 18 anos, o rapaz quis voltar a viver em Guanhães para trabalhar com o pai dele.

Até então, eu não conhecia ele. Ele me encontrou no Instagram e me achou bonita. Ele chegou a comentar com a mãe: 'Nossa, tem uma menina bonita lá em Guanhães'. Então a mãe dele pediu para ver quem era.

A mãe de Samuel reconheceu a jovem pelo nome e contou para o filho que ela tinha sido "irmã de leite" dele. Depois, o rapaz resolveu mandar uma mensagem para a estudante por meio do Instagram.

"Ele (Samuel) me enviou uma mensagem dizendo que era meu irmão (risos). Eu fiquei sem entender", relembra Camille. Então Samuel justificou a brincadeira e disse que, na verdade, eles eram apenas "irmãos de leite".

Camille Oliveira e o marido, Samuel Teixeira Imagem: Arquivo pessoal

Após esse primeiro contato, em dezembro de 2020, eles começaram a conversar, também por meio da rede social. Em seguida, por acaso, eles se encontraram pessoalmente, na cidade de Guanhães. "A partir daí, a gente saiu pela primeira vez e começou a manter um vínculo mais forte de amizade. Com o tempo, a relação foi acontecendo naturalmente. A gente começou a namorar em 19 de março de 2021", lembra.

Da união entre o casal, nasceu um bebê que hoje tem nove meses, chamado Arthur. Camille e Samuel completaram um ano de casados em janeiro deste ano. Quando viu a trend no Tik Tok, ela resolveu chamar a atenção para a coincidência que uniu o casal enquanto eram bebês.

Quando a postagem ganhou repercussão na rede social, a estudante ficou animada com a recepção. "Muita gente achou que a gente cresceu junto, que a gente era primo ou irmão, mas, na verdade, foram várias coincidências [para o reencontro]", explica.

Depois que a postagem se tornou viral, ela publicou dois vídeos no Tik Tok para detalhar a história do casal e explicar porque tiraram a foto juntos quando bebês.

Eu acho que [o nosso relacionamento] estava destinado a acontecer. A gente tinha vários motivos para não dar certo e no final se encaixou. Ele não era para ir para Guanhães e foi. Era como se tivesse que acontecer de alguma forma. Foi uma virada de chave tanto para mim quanto para ele.

Amamentação cruzada

Apesar de ser uma prática habitual, muitas vezes por questões culturais, amamentar um bebê que não é o seu próprio filho não é recomendado pelo Ministério da Saúde devido ao risco de transmissão de doenças. A prática é chamada de amamentação cruzada.

De acordo com especialistas, a amamentação cruzada tem o risco de transmitir o HIV, vírus (da Aids), hepatite B ou C e sífilis.

Por outro lado, o leite disponível após doação nos bancos de leite segue normas da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano para garantir a segurança e a saúde dos bebês.

Camille acredita que a mãe dela e a de Samuel não tinham conhecimento dos eventuais riscos de transmissão de doenças com a amamentação cruzada. "Imagino que por serem amigas e novas, foi por desespero mesmo. E, na época, era comum", afirmou.

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