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Detentos fugiram por telhado de presídio e usaram chave para cortar arame

Do UOL, em São Paulo

15/02/2024 12h24Atualizada em 15/02/2024 18h22

Os detentos que fugiram na madrugada de ontem do presídio federal de Mossoró (RN) escalaram o teto das suas celas com corda e usaram uma chave de torniquete para cortar um arame para escapar, segundo fontes no sistema prisional federal que viram o vídeo da fuga.

O que aconteceu

Material usado na fuga foi tomado pelos detentos em uma obra. Dali eles retiraram uma corda e uma chave de torniquete e levaram para as celas, burlando o sistema de segurança local.

Detentos fizeram um buraco no teto e usaram uma corda para que pudessem deixar as suas celas. Depois de subir no telhado, Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça usaram uma escada que dá acesso ao lado externo. Em seguida, usaram uma chave de torniquete subtraída da obra para cortar o arame e deixar o presídio, conforme descrição de quem viu o vídeo.

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Fuga está sendo investigada. Foi a primeira ocorrida em uma unidade prisional de segurança máxima no país.

Investigadores apuram se houve falha humana ou uma possível participação de agentes federais para facilitar a fuga. Os presídios federais são monitorados em tempo real por um circuito com câmeras de segurança em uma central de monitoramento em Brasília.

Direção de presídio foi afastada. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou ontem o afastamento do diretor do presídio federal de Mossoró (RN) e nomeou um interventor para a unidade prisional.

PF solicitou a inclusão de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça na lista de procurados da Interpol, atendendo um pedido feito pelo governo federal.

A dinâmica do fato em si vai ser precisa na medida em que tivermos a conclusão da perícia. Estamos concluindo a perícia, cotejando o que já tem de informação e de evidências na unidade prisional e coordenando as operações de buscas do indivíduos.
André Garcia, secretário de Políticas Penais do Ministério da Justiça

A questão é como os presos no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) tiveram acesso ao espaço com obras. Para o cumprimento do RDD, os custodiados ficam dentro da cela 24 horas.
Mayara Gomes, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Segurança, Violência e Justiça, da UFABC

O que diz o governo federal

Perícia deve ser finalizada até sexta-feira (16), diz secretário. "A cena do fato está sendo periciada ainda, [a perícia] deve ser concluída amanhã. Isso vai nos dar importantes elementos para estabelecer a dinâmica. Temos algumas informações, mas não serão divulgadas para não prejudicar as investigações e ações de busca [dos fugitivos]", diz.

Continuidade da obra na unidade vai ser avaliada, segundo secretário. "Todo o processo vai ser revisto. É uma obra de manutenção. Tudo vai ser revisto para evitar que uma obra interfira na segurança. Elevamos o nível de segurança de todas as unidades do sistema federal. Esses momentos são indesejados, mas são oportunidades para evitar que eventos como esses se repitam.

Garcia disse que agentes penitenciários federais ainda não foram afastados. "Não vamos tratar desse assunto publicamente. É possível o afastamento, se forem individualizadas as condutas, estamos trabalhando para manter a segurança da unidade", afirmou.

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