Fuga não afeta segurança dos presídios federais, diz Lewandowski em Mossoró
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que a fuga dos dois detentos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) é "momentânea" e não afeta a segurança das outras unidades.
O que aconteceu
Lewandowski afirmou que a fuga é um "problema localizado" e que será superado em breve. O ministro chegou na manhã de hoje em Mossoró para acompanhar as investigações do trabalho de buscas.
Ele vai participar de reuniões com a governadora do estado, Fátima Bezerra (PT), e com a comitiva da Polícia Federal. O secretário Nacional de Políticas Penais do ministério, André Garcia, também participará das conversas.
Em rápido pronunciamento ao lado do ministro, a governadora do RN disse que "disponibilizar as forças de segurança" do estado "não é favor, é o nosso dever". Ela afirmou que a dupla será encontrada e levada "de volta de onde eles nunca deveriam ter saído".
Segundo o Ministério da Justiça, 300 agentes participam do trabalho de buscas. Essa é a primeira grande crise que Lewandowski passa em menos de um mês a frente do ministério. Na quinta-feira, em coletiva à imprensa, ele disse que houve uma série de falhas em protocolos do presídio.
O ministro visita a região no 5º dia de buscas por Rogério da Silva Mendonça, 36, e Deibson Cabral Nascimento, 34. Eles fugiram na madrugada de quarta-feira do presídio de Mossoró.
Essa foi a primeira fuga de um presídio de segurança máxima no país. A dupla faz parte do CV (Comando Vermelho).
Na sexta-feira à noite, os fugitivos fizeram uma família refém, segundo informações de investigadores. A dupla teria feito ligações para o Rio de Janeiro com um dos dois aparelhos levados das vítimas e se alimentado no local. A expectativa nos bastidores é de que o cerco tem se fechado.
O Brasil é um país que está unido no diálogo, é um país que está cultivando as relações republicanas e é por isso que estamos aqui, na certeza que vamos superar em breve.
Lewandowski
Lula fala em possível conivência
Mais cedo, durante viagem à Etiópia, o presidente Lula (PT) disse que "parece que teve conivência com alguém do sistema lá dentro". "Só faltou contratarem uma escavadeira", afirmou.
A Federação Nacional dos Policias Penais nega e diz que a fuga foi oportunidade aproveitada. Segundo o grupo, é cedo para concluir que houve auxílio de servidores na fuga e classificou comentários da natureza como "irresponsáveis".
"Findadas as apurações, se tiver algum policial penal federal envolvido, cortaremos a própria carne sem qualquer corporativismo", diz a nota. A federação afirma que o "maior orgulho sempre foram os números estatísticos de zero fuga, zero rebelião, zero celular".
Estamos à procura dos presos e esperamos encontrá-los. E obviamente queremos saber como esses cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu.
Lula