Advogada pede acesso a vídeo de fuga de detentos de presídio de Mossoró
A advogada dos dois fugitivos do presídio de Mossoró (RN) pediu acesso às imagens do circuito interno da unidade prisional.
O que aconteceu
"Versão sem provas", diz defesa. No pedido, registrado ontem junto à Corregedoria do Presídio Federal de Mossoró, a advogada Flávia Fróes alega que a família dos detentos não teve acesso à comprovação de que eles escaparam com vida da unidade prisional. "Não pode ser alegado algo como 'segurança institucional' como garantia de uma versão sem provas por parte do Estado", cita o documento.
Pedido por informações à família. [Não estamos pedindo que as imagens] de uma alegada fuga sejam tornadas públicas (...). Mas [a família] tem o direito de que sua defesa técnica, devidamente constituída, tenha acesso ao registro de imagens que provem, de forma inequívoca, que a fuga aconteceu", argumenta no pedido a defesa dos fugitivos do presídio de Mossoró.
Trata-se de pedido de acesso, de visualização, dentro da própria unidade de custódia, dentro dos muros do próprio presídio, sem extração de cópias de imagens ou documentos. Trata-se de pedido de acesso a todas as filmagens que comprovem a evasão. O acesso pode se dar dentro da unidade, sob supervisão dos agentes de segurança e da Polícia Federal, sem tomada de anotações comprometedoras.
Trecho do documento da defesa dos fugitivos
'Nada veio a público'
"Nada que comprove que eles saíram do presídio", diz defesa. A advogada Flávia Fróes contesta a versão das autoridades dizendo que não há provas da fuga. "Por enquanto, o que veio a público foi só uma foto de um buraco na parede de uma cela. Não há nada que comprove que eles saíram do presídio vivos", diz.
Família sem informações. Flávia Fróes diz ter conversado por telefone com as famílias de Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, que alegam não ter recebido qualquer tipo de informação. Segundo investigadores que participam das buscas para recapturá-los, os fugitivos fizeram uma família refém e usaram celulares das vítimas para fazer ligações. "A mãe do Deibson disse que o filho ligaria, se tivesse acesso a um telefone. Mas não houve contato com a família", diz a advogada.
O que se sabe sobre o caso
Uma camiseta de uniforme de presídio foi encontrada ontem em região de mata. A peça foi localizada na zona rural de Mossoró e pode ter sido usada por um dos detentos que fugiu do presídio.
O trabalho de buscas conta com a participação de cerca de 300 agentes. Entre eles, policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais civis e policiais militares. Há ainda a participação da Polícia Penal Federal e da Polícia Penal do Rio Grande do Norte, que atuam com os grupos de operações especiais e de cães.
Detentos abriram um buraco no local em que estava instalada a luminária. O registro da imagem foi feito pela força-tarefa coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
As celas onde estavam os presos passam por perícia. Pertences dos detentos, como lençóis e objetos pessoais, também são examinados.
Essa foi a primeira fuga em um presídio de segurança máxima no país. Segundo o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, houve falha em uma série de protocolos.
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