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Fugitivos de Mossoró pagaram R$ 5 mil por proteção em esconderijo, diz TV

Rogério e Deibson ficaram nesta casa, na zona rural de Baraúna (RN), durante sete dias Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

25/02/2024 21h53Atualizada em 26/02/2024 19h10

Os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) pagaram R$ 5 mil por proteção em um esconderijo em Baraúna (RN). Na casa, os dois tinham até redes para dormir. As informações foram exibidas hoje no "Fantástico", da TV Globo.

O que aconteceu

Esconderijo foi encontrado depois de fugitivos abandonarem o local. Rogério da Silva Mendonça, 35, e Deibson Cabral Nascimento, 33, passaram sete dias em uma casa na zona rural de Baraúna, a cerca de 25 km da Penitenciária de Mossoró, segundo informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal) repassadas à TV Globo.

Do lado de fora, Rogério e Deibson tinham uma espécie de bunker. O buraco cavado no solo serviria para que os fugitivos pudessem eventualmente se esconder dos drones que detectam calor humano usados pela PF. Além do bunker, os agentes também encontraram redes para dormir, embalagens de comida, um facão e uma lona.

Criminosos pagaram R$ 5 mil por proteção no esconderijo, segundo o programa. Péricles Santos, superintendente da PRF no Rio Grande do Norte, contou que as lavouras da região podem estar mantendo os fugitivos alimentados. "O grande número de frutas fornece alimentação para eles o tempo todo", disse.

Família que ajudou sofreu ameaças

Esconderijo foi cedido por uma família que diz ter sido ameaçada. As informações são dos colunistas Mirelle Pinheiro e Carlos Carone, do site Metrópoles.

Fugitivos chegaram na madrugada de 17 de fevereiro, diz morador. Ele contou que os dois arrombaram a porta. "Pediram para a gente [o morador e a esposa] ter calma e que não ia acontecer nada se fizéssemos o que eles pedissem", lembrou.

Homem acredita que criminosos foram 'direcionados' ao endereço. "Falavam o tempo todo que tinha gente de olho em nós", acrescentou o morador.

Morador foi parado por barreira policial e contou o que acontecia. Ele diz que só ajudou os criminosos porque sofreu ameaças. "Comprava bolacha, Danone [sic] e carne em lata. Só deixava a comida lá e seguia com a minha rotina. Não tinha contato com eles [fugitivos]".

Moradores relatam medo

População do entorno de Mossoró teme encontrar fugitivos. O agricultor Francisco Barbosa da Silva, que mora em Baraúna há mais de dez anos, disse à TV Globo que não tinha ideia de que estava ao lado dos foragidos. Da Penitenciária de Mossoró até o local onde vive Francisco são mais ou menos 27 km. "Olha, do lado de casa. Tá vendo?".

'Nós ficamos assustados', relata outro morador. "O cabra está deitado e vai encontrar um tiroteio de bala. Como é que o cabra escapa?", questiona Ivaldo Moura. "Pode ter um confronto de bala, esse tipo de coisa, né? A gente teme isso", afirma a moradora Maria José.

Muitos moradores aqui da cidade estão com medo. Qualquer barulhozinho à noite, já pensa que são eles. As pessoas: 'É os bandidos, é o pessoal que saiu, que fugiu da cadeia'
Expedito de Souza Filho, morador da região, ao "Fantástico"

Buscas continuam

Chuvas 'torrenciais' dificultaram as buscas pelos fugitivos. Com o grande volume de água, muitas das trilhas e dos rastros monitorados pela PF "foram perdidos", acrescentou o superintendente da PRF. "[A chuva] Dificultava o trabalho dos cães farejadores e também dificultava o trabalho das equipes de campo".

PRF instalou espécie de blitz próximo à divisa com o Ceará. Todos os carros são parados e rigorosamente revistados antes de cruzarem a barreira, mostrou o "Fantástico". Em média, 3.800 veículos são parados pelo bloqueio policial. "Os investigadores acreditam que os criminosos fugiram para essa região", completou a reportagem.

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